quinta-feira, 9 de abril de 2015

REVIEW: Tinashe - Aquarius




Como uma grande surpresa em 2014, Tinashe surgiu surpreendendo a todos com seu nada menos que magnífico primeiro single, “2 On”, e desde então atraiu muitos holofotes como uma das promessas do ano. Suas três mixtape já denunciavam o que ela traria no álbum, um R&B sensual com influências eletrônicas. O dia chegou e o “Aquarius” também, surpreendendo a todos, inclusive a nós. Confira a nossa opinião sobre o disco.

Aquarius – Abrindo álbum temos a excelente faixa-título, que já começa nos envolvendo em um clima sensual e misterioso que perdura ao longo de quase todo o disco. A voz de Tinashe aqui está sexy e ela canta os versos nos seduzindo a cada palavra, como se nos convidasse para uma noite de amor. Nota: 8.5/10

Bet – O início de “Bet” nos dá a impressão de que mergulhamos em um oceano imenso e vazio, onde a luz está cada vez mais longe, e é isso que a letra quer passar. Percebemos que ela cometeu algum erro e acabou ficando sozinha, mas está arrependida e diz que estará por perto da pessoa para sempre. O clima denso da faixa culmina em um solo de guitarra do próprio Dev Hynes, produtor da faixa. Nota: 9.0/10

Cold Sweat – O álbum começa a ganhar ritmo com a genial “Cold Sweat”. Aqui Tinashe descreve como é o mundo real e a frieza das pessoas, falando sobre falsas amizades e os interesses ocultos das pessoas nos bastidores. É basicamente um relato de como é difícil erguer sua carreira como cantor no meio de vários lobos disfarçados de ovelhas. Além da letra não menos que genial, esta faixa é responsável por ter uma das performances vocais mais sensuais de todo o álbum. É facilmente a melhor faixa do álbum. Nota: 10/10

2 On – A primeira música ideal para as pistas do “Aquarius” é também o primeiro single do álbum. Mais uma vez soando sensualmente maravilhosa, Tinashe canta sobre ficar doidona e curtir a noite, basicamente o que dá vontade de fazer ao ouvir esse hino. As batidas de DJ Mustard, ainda que soem exatamente iguais às de outros zilhões de músicas produzidas por ele, são enlouquecedoras, e o rap de Schoolboy Q serve para adicionar a força urban da faixa. “2 On” foi a escolha certa para carro-chefe e o status de hit é mais que merecido. Nota: 9.5/10

How Many Times – Acalmando os nervos, “How Many Times” é sensual e suave como uma faixa de Ciara, mas com a voz doce e frágil de Tinashe. É bem redondinha e radiofônica, mas não se destaca no meio de tantas faixas potentes no álbum, sem falar que o rap de Future aqui, quando não te faz rir, chega a ser medonho. No mais, é uma faixa agradável de se ouvir. Nota: 6.5/10

Pretend – A canção que vem a seguir, que é também o segundo single do material, deixa a sensualidade de Tinashe um pouco de lado e aposta em um algo mais parecido com uma balada. A letra, que relata a vontade de a cantora reatar um relacionamento fracassado por apenas mais uma noite de amor, é sincera e bonita, e a participação de A$AP Rocky, ao contrário da de Future, na faixa anterior, é necessária e encaixa perfeitamente na canção. Nota: 8.0/10

All Hands On Deck – Soando como outro hit eminente, “All Hands On Deck” desde o começo era uma aposta fortíssima para single. Aqui, Tinashe deixa de lado a lamentação e vem mostrar que deu a volta por cima e superou o relacionamento após ter sido rejeitada (You took a good girl and you turned me oh sob ad/Kiss the old me goodbye, she’s dead and gone). A faixa é cheia de atitude e uma belíssima aposta para terceiro single do material. Nota: 9.0/10

Far Side of the Moon – Quebrando um pouco o padrão do resto do álbum, mais levado pro hip-hop e R&B eletrônico, “Far Side of the Moon” traz instrumentais diferentes, como tambores, além de um arranjo mais pop que o resto das faixas. Nota: 7.5/10

Feels Like Vegas – Se a faixa anterior já soava como um momento pop no disco, “Feels Like Vegas” é o ápice do gênero no disco. Com uma letra picante e um refrão marcante, recheados com os sintetizadores “brisantes” do Stargate, ela se torna a melhor canção do disco ao lado de “Cold Sweat”. Nota: 10/10

Thug Cry – Os momentos mais pop do disco acabaram nas duas faixas que antecedem “Thug Cry”, agora as influências do R&B estão de volta numa forma vintage e nostálgicas. É como se tivéssemos voltado para os anos 90, onde Lauryn Hill dominava as cenas. A canção é incrível e vale reforçar que foi produzida pelo mega hypado Mike Will Made It. Nota: 8.0/10

Bated Breath – A maior balada do álbum (Na verdade única, se você não considerar “Pretend” como uma) é esta. O instrumental é extremamente minimalista, dando espaço para a voz frágil e angelical da intérprete, que canta versos poderosos sobre saudade. Nota: 8.0/10
 
Wildfire – Tinashe está apaixonada novamente, em mais uma música sensual como só ela sabe fazer. “Wildfire” é sedutora e excitante. Reza a lenda que todas as mulheres que assistirem uma versão ao vivo dessa música se tornarão lésbicas depois da apresentação. Nota: 8.5/10

Watch Me Work – Se em “Wildfire” Tinashe estava sendo seduzida por alguém, aqui os papeis se invertem e agora é ela quem seduz. “Watch Me Work” segue o estilo radiofônico de “All Hands On Deck” e “2 On”, soando como um hino perfeito para dançar. Uma pena que a faixa não está presente na versão normal do álbum. Nota: 8.5/10

Resumo geral: É realmente difícil conseguir a atenção que Tinashe conseguiu com um disco de estreia, mas quando a qualidade supera os limites do esperado, é isso que acontece. “Aquarius” conquistou a crítica especializada e os ouvintes mais simples, com canções complexas e profundos (“Cold Sweat” e “Bated Breath”) até hinos não-farofa feitos para as rádios (“All Hands On Deck” e “2 On”). O disco de estreia da americana é uma obra magnífica do começo ao fim, sem tropeços (Nem “How Many Times”, a mais fraca do disco, é ruim). As expectativas para o segundo disco da cantora – que já está sendo gravado – estão mais altas do que nunca, o que é perigoso, mas se ela continuar na mesma linha da qualidade de “Aquarius”, o resultado será surpreendente novamente. Diante de tudo isso, só uma coisa resta ser dita: Curvem-se diante de Tinashe, dona do melhor álbum de 2014 e um dos melhores desta década.

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