Como uma grande surpresa em 2014, Tinashe surgiu
surpreendendo a todos com seu nada menos que magnífico primeiro single, “2 On”,
e desde então atraiu muitos holofotes como uma das promessas do ano. Suas três
mixtape já denunciavam o que ela traria no álbum, um R&B sensual com
influências eletrônicas. O dia chegou e o “Aquarius” também, surpreendendo a
todos, inclusive a nós. Confira a nossa opinião sobre o disco.
Aquarius
– Abrindo álbum temos a excelente faixa-título, que já começa nos envolvendo em
um clima sensual e misterioso que perdura ao longo de quase todo o disco. A voz
de Tinashe aqui está sexy e ela canta os versos nos seduzindo a cada palavra,
como se nos convidasse para uma noite de amor. Nota: 8.5/10
Bet – O
início de “Bet” nos dá a impressão de que mergulhamos em um oceano imenso e
vazio, onde a luz está cada vez mais longe, e é isso que a letra quer passar.
Percebemos que ela cometeu algum erro e acabou ficando sozinha, mas está
arrependida e diz que estará por perto da pessoa para sempre. O clima denso da
faixa culmina em um solo de guitarra do próprio Dev Hynes, produtor da faixa. Nota: 9.0/10
Cold Sweat –
O álbum começa a ganhar ritmo com a genial “Cold Sweat”. Aqui Tinashe descreve
como é o mundo real e a frieza das pessoas, falando sobre falsas amizades e os
interesses ocultos das pessoas nos bastidores. É basicamente um relato de como
é difícil erguer sua carreira como cantor no meio de vários lobos disfarçados
de ovelhas. Além da letra não menos que genial, esta faixa é responsável por
ter uma das performances vocais mais sensuais de todo o álbum. É facilmente a
melhor faixa do álbum. Nota: 10/10
2 On –
A primeira música ideal para as pistas do “Aquarius” é também o primeiro single
do álbum. Mais uma vez soando sensualmente maravilhosa, Tinashe canta sobre
ficar doidona e curtir a noite, basicamente o que dá vontade de fazer ao ouvir
esse hino. As batidas de DJ Mustard, ainda que soem exatamente iguais às de
outros zilhões de músicas produzidas por ele, são enlouquecedoras, e o rap de
Schoolboy Q serve para adicionar a força urban
da faixa. “2 On” foi a escolha certa para carro-chefe e o status de hit é mais
que merecido. Nota: 9.5/10
How Many
Times – Acalmando os nervos, “How Many Times” é sensual e suave como uma
faixa de Ciara, mas com a voz doce e frágil de Tinashe. É bem redondinha e
radiofônica, mas não se destaca no meio de tantas faixas potentes no álbum, sem
falar que o rap de Future aqui, quando não te faz rir, chega a ser medonho. No
mais, é uma faixa agradável de se ouvir. Nota:
6.5/10
Pretend
– A canção que vem a seguir, que é também o segundo single do material, deixa a
sensualidade de Tinashe um pouco de lado e aposta em um algo mais parecido com
uma balada. A letra, que relata a vontade de a cantora reatar um relacionamento
fracassado por apenas mais uma noite de amor, é sincera e bonita, e a
participação de A$AP Rocky, ao contrário da de Future, na faixa anterior, é
necessária e encaixa perfeitamente na canção. Nota: 8.0/10
All Hands
On Deck – Soando como outro hit eminente, “All Hands On Deck” desde o
começo era uma aposta fortíssima para single. Aqui, Tinashe deixa de lado a
lamentação e vem mostrar que deu a volta por cima e superou o relacionamento
após ter sido rejeitada (You took a good
girl and you turned me oh sob ad/Kiss the old me goodbye, she’s dead and gone).
A faixa é cheia de atitude e uma belíssima aposta para terceiro single do
material. Nota: 9.0/10
Far Side of
the Moon – Quebrando um pouco o padrão do resto do álbum, mais levado pro
hip-hop e R&B eletrônico, “Far Side of the Moon” traz instrumentais
diferentes, como tambores, além de um arranjo mais pop que o resto das faixas. Nota: 7.5/10
Feels Like
Vegas – Se a faixa anterior já soava como um momento pop no disco, “Feels
Like Vegas” é o ápice do gênero no disco. Com uma letra picante e um refrão
marcante, recheados com os sintetizadores “brisantes” do Stargate, ela se torna
a melhor canção do disco ao lado de “Cold Sweat”. Nota: 10/10
Thug Cry
– Os momentos mais pop do disco acabaram nas duas faixas que antecedem “Thug
Cry”, agora as influências do R&B estão de volta numa forma vintage e
nostálgicas. É como se tivéssemos voltado para os anos 90, onde Lauryn Hill
dominava as cenas. A canção é incrível e vale reforçar que foi produzida pelo
mega hypado Mike Will Made It. Nota: 8.0/10
Bated
Breath – A maior balada do álbum (Na verdade única, se você não considerar
“Pretend” como uma) é esta. O instrumental é extremamente minimalista, dando
espaço para a voz frágil e angelical da intérprete, que canta versos poderosos
sobre saudade. Nota: 8.0/10
Wildfire
– Tinashe está apaixonada novamente, em mais uma música sensual como só ela
sabe fazer. “Wildfire” é sedutora e excitante. Reza a lenda que todas as
mulheres que assistirem uma versão ao vivo dessa música se tornarão lésbicas
depois da apresentação. Nota: 8.5/10
Watch Me
Work – Se em “Wildfire” Tinashe estava sendo seduzida por alguém, aqui os
papeis se invertem e agora é ela quem seduz. “Watch Me Work” segue o estilo
radiofônico de “All Hands On Deck” e “2 On”, soando como um hino perfeito para dançar. Uma pena que a faixa não está presente na versão normal do álbum. Nota: 8.5/10
Resumo
geral: É realmente difícil conseguir a atenção que Tinashe conseguiu com um
disco de estreia, mas quando a qualidade supera os limites do esperado, é isso
que acontece. “Aquarius” conquistou a crítica especializada e os ouvintes mais
simples, com canções complexas e profundos (“Cold Sweat” e “Bated Breath”) até
hinos não-farofa feitos para as rádios (“All Hands On Deck” e “2 On”). O disco
de estreia da americana é uma obra magnífica do começo ao fim, sem tropeços
(Nem “How Many Times”, a mais fraca do disco, é ruim). As expectativas para o
segundo disco da cantora – que já está sendo gravado – estão mais altas do que
nunca, o que é perigoso, mas se ela continuar na mesma linha da qualidade de “Aquarius”,
o resultado será surpreendente novamente. Diante de tudo isso, só uma coisa resta ser dita: Curvem-se diante de Tinashe, dona do melhor
álbum de 2014 e um dos melhores desta década.
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