sexta-feira, 17 de abril de 2015

CRÍTICA: Pânico 2 (1997)




AVISO: Os parágrafos a seguir podem conter revelações importantes sobre o filme, se você ainda não assistiu, esteja ciente de que pode encontrar spoilers!

Depois do grande sucesso de “Pânico”, trataram de produzir logo uma sequência e confirmar que seria uma trilogia, o que deixou os fãs extremamente ansiosos. Apenas um ano depois, “Pânico 2” foi lançado nos cinemas do mundo, surpreendendo a todos que esperavam uma bomba. A continuação era, apesar de inferior ao original, incrivelmente boa.

Dois anos depois dos eventos do filme anterior, Gale (Courteney Cox) escreveu um livro sobre os acontecimentos de Woodsboro e virou um sucesso, ganhando uma adaptação cinematográfica chamada de “Stab”. É na estreia desse filme que se passa a cena inicial, onde Maureen Evans (Jada Pinkett Smith) e Phil Stevens (Omar Epps), dois namorados e estudantes, vão assisti-lo e acabam sendo as primeiras vítimas de “Pânico 2”. A cena não é tão memorável quanto a primeira e nem mesmo tão sensacional, mas é muito boa e tem uma sacada criativa (O assassino mata a garota no meio do cinema, com todos ao redor, mas como a sala estava uma bagunça, cheia de fãs do filme com máscaras do assassino de “Stab”, ninguém nem ao menos percebeu).

Depois somos apresentados a Sidney (Neve Campbell), que agora está na faculdade. É notável o amadurecimento da personagem, agora ela é uma garota forte e confiante. Mais tarde descobrimos que Randy (Jamie Kennedy) também estuda na mesma faculdade e eles agora têm novos amigos, Hallie (Elise Neal), colega de quarto de Sid, Derek (Jerry O’Connell), seu novo namorado, Mickey (Timothy Olyphant), melhor amigo de Derek, e Cotton (Liev Schreiber), que não é exatamente um personagem novo, mas aqui ganha mais importância.

Quando Sidney descobre sobre os dois assassinatos, ela logo desconfia de que o assassino está de volta, o que acaba trazendo Dewey (David Arquette) e Gale ao campus onde as duas vítimas estudavam e onde Sid vive. No início, Gale volta – com Cotton – tão bitch quanto no filme anterior, querendo entrevistar Sidney e recebendo outro soco na cara, mas não demora muito para ela se juntar a Dewey, Randy e Sidney para pegar o assassino. O romance dela com Dewey também ganha um aprofundamento.

As referências ao mundo do cinema continuam aqui. Em uma cena, um grupo de alunos que participam do clube de cinema da faculdade debatem sobre sequências de filmes (Pois é, Wes Craven e Kevin Williamson estão cientes de que “Pânico 2” não é melhor que o antecessor e tratam de deixar claro que no próprio filme que essa não é a intenção, usando o genial debate sobre as sequências), onde eles concluem que nenhuma continuação é superior ao original. É bom saber que o toque especial do filme original, que são as referências e homenagens, estão ali. Inclusive, não só a filmes de terror, mas também a personalidades. A personagem Gale cita, no filme, Jennifer Aniston e David Schwimmer, com quem trabalhou por 10 anos na série “Friends”.

As mortes estão tão boas quanto as anteriores, com destaque para a de Cici Cooper (Sarah Michelle Gellar), uma das melhores e mais tensas de toda franquia, que segue o mesmo molde da morte icônica de Casey, no primeiro filme (Inclusive, Cici é um apelido para Casey e isso não é coincidência, falarei disso daqui a pouco). Neste filme ainda temos uma das mortes mais sangrenta da franquia, a de um dos seguranças de Sidney, que morre com um pedaço de ferro atravessando sua cabeça. Não tem destaque no filme, e não tem o mesmo desenvolvimento da morte de Cici ou Hallie, por exemplo, mas é bem diferente da maioria das outras, que se limitam a facadas.


Vamos tirar um momento de silêncio para falar de um dos pouquíssimos pontos negativos do filme: Randy finalmente encontra seu destino final. Pois é, isso revoltou vários fãs, inclusive eu, mas infelizmente aconteceu. Em uma das melhores cenas do filme, ele estão no campus, falando ao telefone com o assassino, que está observando-o. Depois disso, ele é puxado para dentro da van de Gale pelo maníaco e lá é morto em off-screen.

No final do filme, somos brindados com uma das melhores cenas de perseguição da franquia. Durante a noite, Dewey e Gale resolvem checar o conteúdo de fitas para procurar pelo assassino nelas, em um local grande e vazio. É aqui que eles engatam o romance e dão uns amassos, mas são interrompidos quando uma TV perto deles liga sozinha e nela começam a passar filmagens dos assassinatos na visão do assassino, até que na última cena eles próprios aparecem, indicando que estavam sendo gravados. Os dois olham para o final do auditório e percebem a máscara do maníaco. Aí começa uma perseguição insana e cheia de tensão, onde Dewey acaba levando uma faca nas costas e é dado como morto (Novamente), mas no final está vivo (Novamente). A senhora é indestrutível mesmo viu?

Em seguida, chegamos à revelação do assassino, neste caso os assassinos, como no primeiro filme. A revelação é inesperada e bem plausível. Bem, pelo menos uma delas. Um dos maníacos era, na verdade, a Sra. Loomis, mãe de Billy (Um dos assassinos do filme original). O motivo é vingança, pura vingança. É realmente bem convincente matar quem matou seu filho, mesmo que ele tenha sido um psicopata, considerando que ela é tão psicótica quanto. O outro assassino era Mickey, um garoto com a mesma mente doentia do seu filho. Mickey simplesmente não tinha motivos, era apenas uma “peça” controlada pela Sra. Loomis, ou seja, serviu apenas para dividir as cenas de morte que seriam difíceis de acontecer com uma pessoa só. No geral, é tudo bem articulado.

“Pânico 2” é um filme incrível. Não inova, realmente, pois isso foi a intenção do original, mas consegue manter um nível muito alto ao não cagar com uma história da franquia e ainda inserir novos elementos (Como o filme dentro do filme, “Stab”). Não suja nenhum pouco a imagem do filme original.

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