AVISO: Os parágrafos a seguir podem conter revelações importantes sobre o filme, se você ainda não assistiu, esteja ciente de que pode encontrar spoilers!
Depois do grande sucesso de “Pânico”, trataram de produzir
logo uma sequência e confirmar que seria uma trilogia, o que deixou os fãs
extremamente ansiosos. Apenas um ano depois, “Pânico 2” foi lançado nos cinemas
do mundo, surpreendendo a todos que esperavam uma bomba. A continuação era, apesar
de inferior ao original, incrivelmente boa.
Dois anos depois dos eventos do filme anterior, Gale
(Courteney Cox) escreveu um livro sobre os acontecimentos de Woodsboro e virou
um sucesso, ganhando uma adaptação cinematográfica chamada de “Stab”. É na
estreia desse filme que se passa a cena inicial, onde Maureen Evans (Jada
Pinkett Smith) e Phil Stevens (Omar Epps), dois namorados e estudantes, vão
assisti-lo e acabam sendo as primeiras vítimas de “Pânico 2”. A cena não é tão
memorável quanto a primeira e nem mesmo tão sensacional, mas é muito boa e tem
uma sacada criativa (O assassino mata a garota no meio do cinema, com todos ao
redor, mas como a sala estava uma bagunça, cheia de fãs do filme com máscaras
do assassino de “Stab”, ninguém nem ao menos percebeu).
Depois somos apresentados a Sidney (Neve Campbell),
que agora está na faculdade. É notável o amadurecimento da personagem, agora
ela é uma garota forte e confiante. Mais tarde descobrimos que Randy (Jamie
Kennedy) também estuda na mesma faculdade e eles agora têm novos amigos, Hallie
(Elise Neal), colega de quarto de Sid, Derek (Jerry O’Connell), seu novo
namorado, Mickey (Timothy Olyphant), melhor amigo de Derek, e Cotton (Liev
Schreiber), que não é exatamente um personagem novo, mas aqui ganha mais
importância.
Quando Sidney descobre sobre os dois assassinatos,
ela logo desconfia de que o assassino está de volta, o que acaba trazendo Dewey
(David Arquette) e Gale ao campus onde as duas vítimas estudavam e onde Sid
vive. No início, Gale volta – com Cotton – tão bitch quanto no filme anterior, querendo entrevistar Sidney e recebendo
outro soco na cara, mas não demora muito para ela se juntar a Dewey, Randy e
Sidney para pegar o assassino. O romance dela com Dewey também ganha um
aprofundamento.
As referências ao mundo do cinema continuam aqui.
Em uma cena, um grupo de alunos que participam do clube de cinema da faculdade
debatem sobre sequências de filmes (Pois é, Wes Craven e Kevin Williamson estão
cientes de que “Pânico 2” não é melhor que o antecessor e tratam de deixar
claro que no próprio filme que essa não é a intenção, usando o genial debate
sobre as sequências), onde eles concluem que nenhuma continuação é superior ao
original. É bom saber que o toque especial do filme original, que são as
referências e homenagens, estão ali. Inclusive, não só a filmes de terror, mas
também a personalidades. A personagem Gale cita, no filme, Jennifer Aniston e
David Schwimmer, com quem trabalhou por 10 anos na série “Friends”.
As mortes estão tão boas quanto as anteriores, com
destaque para a de Cici Cooper (Sarah Michelle Gellar), uma das melhores e mais
tensas de toda franquia, que segue o mesmo molde da morte icônica de Casey, no
primeiro filme (Inclusive, Cici é um apelido para Casey e isso não é
coincidência, falarei disso daqui a pouco). Neste filme ainda temos uma das
mortes mais sangrenta da franquia, a de um dos seguranças de Sidney, que morre
com um pedaço de ferro atravessando sua cabeça. Não tem destaque no filme, e
não tem o mesmo desenvolvimento da morte de Cici ou Hallie, por exemplo, mas é
bem diferente da maioria das outras, que se limitam a facadas.
Vamos tirar um momento de silêncio para falar de
um dos pouquíssimos pontos negativos do filme: Randy finalmente encontra seu
destino final. Pois é, isso revoltou vários fãs, inclusive eu, mas infelizmente
aconteceu. Em uma das melhores cenas do filme, ele estão no campus, falando ao
telefone com o assassino, que está observando-o. Depois disso, ele é puxado
para dentro da van de Gale pelo maníaco e lá é morto em off-screen.
No final do filme, somos brindados com uma das
melhores cenas de perseguição da franquia. Durante a noite, Dewey e Gale
resolvem checar o conteúdo de fitas para procurar pelo assassino nelas, em um
local grande e vazio. É aqui que eles engatam o romance e dão uns amassos, mas
são interrompidos quando uma TV perto deles liga sozinha e nela começam a
passar filmagens dos assassinatos na visão do assassino, até que na última cena
eles próprios aparecem, indicando que estavam sendo gravados. Os dois olham
para o final do auditório e percebem a máscara do maníaco. Aí começa uma
perseguição insana e cheia de tensão, onde Dewey acaba levando uma faca nas
costas e é dado como morto (Novamente), mas no final está vivo (Novamente). A senhora é indestrutível mesmo viu?
Em seguida, chegamos à revelação do assassino,
neste caso os assassinos, como no primeiro filme. A revelação é inesperada e
bem plausível. Bem, pelo menos uma delas. Um dos maníacos era, na verdade, a
Sra. Loomis, mãe de Billy (Um dos assassinos do filme original). O motivo é
vingança, pura vingança. É realmente bem convincente matar quem matou seu
filho, mesmo que ele tenha sido um psicopata, considerando que ela é tão
psicótica quanto. O outro assassino era Mickey, um garoto com a mesma mente
doentia do seu filho. Mickey simplesmente não tinha motivos, era apenas uma
“peça” controlada pela Sra. Loomis, ou seja, serviu apenas para dividir as
cenas de morte que seriam difíceis de acontecer com uma pessoa só. No geral, é
tudo bem articulado.
“Pânico 2” é um filme incrível. Não inova,
realmente, pois isso foi a intenção do original, mas consegue manter um nível
muito alto ao não cagar com uma história da franquia e ainda inserir novos
elementos (Como o filme dentro do filme, “Stab”). Não suja nenhum pouco a
imagem do filme original.
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