Cindy (Anna Faris) se casou e viveu feliz para
sempre com George (Simon Rex) e Cody (Drew Mikuska) depois do terceiro filme,
certo? Errado, “Todo Mundo em Pânico 4” precisava ser produzido, então mataram
o marido dela e mandaram seu sobrinho para o exército para que a ex-jornalista
e agora assistente social possa se envolver em mais uma história, com novas paródias,
que mais parecem uma evolução negativa dos temas do seu antecessor.
Ainda temos a combinação de fantasma cabeludo e
alienígenas, mas ao invés de “O Chamado” e “Sinais”, aqui são parodiados os
filmes “O Grito” e “Guerra dos Mundos”, ambos inferiores aos seus
correspondentes em “Todo Mundo em Pânico 3” assim como o próprio quarto filme é
inferior à terceira parte. Além dos dois filmes citados, a trama foca também em
outras duas paródias centrais, dos incríveis “A Vila” e “Jogos Mortais”.
A história foca em Cindy, que, depois de ser
jornalista, virou lutadora de boxe e acabou perdendo seu marido em uma das
lutas. Algum tempo depois, ela começa a trabalhar como assistente social e
passa a cuidar de uma mulher idosa em uma macabra casa assombrada, encontrando
seu novo amor na casa vizinha, um homem divorciado e meio desastrado, que
precisa salvar a vida de seus dois filhos quando um ataque alienígena começa.
A cena inicial está longe de chegar à genialidade
das três primeiras, mas consegue cumprir seu papel de apresentar o filme de
forma satisfatória. Depois disso, ainda temos outra cena que também poderia ser
considerada de abertura (Inclusive, é uma paródia à cena inicial de “O Grito”),
onde Cindy vai conversar com Tom (Charlie Sheen) em seu apartamento, e ele
acaba caindo da varanda e morrendo, depois de tomar várias pílulas de Viagra.
Não é uma das melhores cenas do filme, mas não poderia ficar de fora por
mostrar o fim de um personagem importante.
O filme é de comédia, mas chega a gerar medo e
tensão em algumas cenas que parodiam o perturbador “O Grito”, tensão essa que
logo é quebrada por alguma cena de humor, como o garotinho caindo da escada ou
a senhora “tomando um banho” de urina. A paródia de “O Grito” ainda rende uma
das melhores cenas de todo o filme, em que Cindy conversa em “japonês” com o
garoto fantasma sobre chegar até a resposta para o ataque dos aliens, quando na
verdade tudo o que ouvimos eles falarem são marcas famosas de produtos
japoneses (Genial!).
O núcleo que satiriza “Guerra dos Mundos” é o
menos engraçado e chega a ser cansativo às vezes acompanhar Tom Ryan (Craig
Bierko) e seus filhos andando por aí, quando preferimos muito mais ver Cindy e
Brenda presas dentro da esquisita vila, cujas partes rendem várias das melhores
cenas da produção, como o julgamento das forasteiras com diálogos extremamente
engraçados (“Se fala daqueles de quem não falamos, então você não falou
daqueles de quem não falamos”/”Não falamos daqueles de quem não falamos, pois
não falamos daqueles de quem não... falamos”) e também um dos melhores
personagens do filme e da série, do qual falarei no próximo parágrafo.
Uma das melhores sacadas do filme foi ter mantido
os melhores personagens da franquia em cena, Cindy, Brenda, o presidente
(Leslie Nielsen), Mahalik (Anthony Anderson) e CJ (Kevin Hart), e ainda ter
adicionado mais um, o louco, esquisito, maravilhoso, incrível e hilário Ezequiel
(Chris Elliot), que é responsável por altas gargalhadas durante o filme, seja
por suas falas bizarras (A oração do “Pipi e vagina”) ou as caras e bocas
extremamente engraçadas de Chris Elliot, por quem tenho uma grande admiração.
Ezequiel é um dos melhores personagens de toda a franquia e com certeza um dos
brilhos da quarta parte.
A paródia de “Jogos Mortais” fica para o final,
quando eles são abduzidos pelos aliens e descobrem que a criatura por trás de
tudo era um boneco macabro que anda de triciclo (O mesmo que Jigsaw usa no
filme original) e seu irmão. Temos espaço para o drama de Tom e seus filhos,
para descobrir que Cindy perdeu um olho numa briga de bar e por isso usa um
olho falso e para Brenda engravidar de um dos bonecos. O filme poderia acabar
por aí, mas os roteiristas resolveram colocar uma cena extremamente nada a ver
com o resto do filme, onde Tom Ryan é entrevistado pela Oprah e acaba surtando
no local, em uma paródia à participação de Tom Cruise no programa da
apresentadora. É uma cena bizarra no mau sentido e poderia ter ficado de fora
da edição final.
“Todo Mundo em Pânico 4” não decepciona. Depois de
um segundo filme, sempre esperamos a parte que vai sujar o nome da franquia e,
felizmente, isso não ficou por conta do quarto filme, que não consegue ser tão
bom quanto o terceiro, mas é bem divertido. A série “Todo Mundo em Pânico”
chegou à sua quarta parte sem apresentar nenhum filme ruim, mas, infelizmente,
o podre da franquia acabou por vir sete anos mais tarde, no quinto filme.
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