segunda-feira, 27 de abril de 2015

CRÍTICA: Todo Mundo em Pânico 4 (2006)




Cindy (Anna Faris) se casou e viveu feliz para sempre com George (Simon Rex) e Cody (Drew Mikuska) depois do terceiro filme, certo? Errado, “Todo Mundo em Pânico 4” precisava ser produzido, então mataram o marido dela e mandaram seu sobrinho para o exército para que a ex-jornalista e agora assistente social possa se envolver em mais uma história, com novas paródias, que mais parecem uma evolução negativa dos temas do seu antecessor.

Ainda temos a combinação de fantasma cabeludo e alienígenas, mas ao invés de “O Chamado” e “Sinais”, aqui são parodiados os filmes “O Grito” e “Guerra dos Mundos”, ambos inferiores aos seus correspondentes em “Todo Mundo em Pânico 3” assim como o próprio quarto filme é inferior à terceira parte. Além dos dois filmes citados, a trama foca também em outras duas paródias centrais, dos incríveis “A Vila” e “Jogos Mortais”.

A história foca em Cindy, que, depois de ser jornalista, virou lutadora de boxe e acabou perdendo seu marido em uma das lutas. Algum tempo depois, ela começa a trabalhar como assistente social e passa a cuidar de uma mulher idosa em uma macabra casa assombrada, encontrando seu novo amor na casa vizinha, um homem divorciado e meio desastrado, que precisa salvar a vida de seus dois filhos quando um ataque alienígena começa.

A cena inicial está longe de chegar à genialidade das três primeiras, mas consegue cumprir seu papel de apresentar o filme de forma satisfatória. Depois disso, ainda temos outra cena que também poderia ser considerada de abertura (Inclusive, é uma paródia à cena inicial de “O Grito”), onde Cindy vai conversar com Tom (Charlie Sheen) em seu apartamento, e ele acaba caindo da varanda e morrendo, depois de tomar várias pílulas de Viagra. Não é uma das melhores cenas do filme, mas não poderia ficar de fora por mostrar o fim de um personagem importante.

O filme é de comédia, mas chega a gerar medo e tensão em algumas cenas que parodiam o perturbador “O Grito”, tensão essa que logo é quebrada por alguma cena de humor, como o garotinho caindo da escada ou a senhora “tomando um banho” de urina. A paródia de “O Grito” ainda rende uma das melhores cenas de todo o filme, em que Cindy conversa em “japonês” com o garoto fantasma sobre chegar até a resposta para o ataque dos aliens, quando na verdade tudo o que ouvimos eles falarem são marcas famosas de produtos japoneses (Genial!).

O núcleo que satiriza “Guerra dos Mundos” é o menos engraçado e chega a ser cansativo às vezes acompanhar Tom Ryan (Craig Bierko) e seus filhos andando por aí, quando preferimos muito mais ver Cindy e Brenda presas dentro da esquisita vila, cujas partes rendem várias das melhores cenas da produção, como o julgamento das forasteiras com diálogos extremamente engraçados (“Se fala daqueles de quem não falamos, então você não falou daqueles de quem não falamos”/”Não falamos daqueles de quem não falamos, pois não falamos daqueles de quem não... falamos”) e também um dos melhores personagens do filme e da série, do qual falarei no próximo parágrafo.

Uma das melhores sacadas do filme foi ter mantido os melhores personagens da franquia em cena, Cindy, Brenda, o presidente (Leslie Nielsen), Mahalik (Anthony Anderson) e CJ (Kevin Hart), e ainda ter adicionado mais um, o louco, esquisito, maravilhoso, incrível e hilário Ezequiel (Chris Elliot), que é responsável por altas gargalhadas durante o filme, seja por suas falas bizarras (A oração do “Pipi e vagina”) ou as caras e bocas extremamente engraçadas de Chris Elliot, por quem tenho uma grande admiração. Ezequiel é um dos melhores personagens de toda a franquia e com certeza um dos brilhos da quarta parte.

A paródia de “Jogos Mortais” fica para o final, quando eles são abduzidos pelos aliens e descobrem que a criatura por trás de tudo era um boneco macabro que anda de triciclo (O mesmo que Jigsaw usa no filme original) e seu irmão. Temos espaço para o drama de Tom e seus filhos, para descobrir que Cindy perdeu um olho numa briga de bar e por isso usa um olho falso e para Brenda engravidar de um dos bonecos. O filme poderia acabar por aí, mas os roteiristas resolveram colocar uma cena extremamente nada a ver com o resto do filme, onde Tom Ryan é entrevistado pela Oprah e acaba surtando no local, em uma paródia à participação de Tom Cruise no programa da apresentadora. É uma cena bizarra no mau sentido e poderia ter ficado de fora da edição final.

“Todo Mundo em Pânico 4” não decepciona. Depois de um segundo filme, sempre esperamos a parte que vai sujar o nome da franquia e, felizmente, isso não ficou por conta do quarto filme, que não consegue ser tão bom quanto o terceiro, mas é bem divertido. A série “Todo Mundo em Pânico” chegou à sua quarta parte sem apresentar nenhum filme ruim, mas, infelizmente, o podre da franquia acabou por vir sete anos mais tarde, no quinto filme.

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