ATENÇÃO: O texto a seguir contém revelações sobre o enredo, se não assistiu ao filme, esteja ciente de que deve encontrar spoilers.
Em um gênero que só trazia assassinos mascarados
matando jovens do modo mais violento possível, “Premonição” foi um sopro de
originalidade imenso, com uma ideia extremamente original e até mesmo genial, o
filme foi um fenômeno e ganhou incontáveis continuações (Algumas tão boas
quanto ele).
Tudo começa quando o jovem Alex (Devon Sawa),
prestes a viajar à Paris com sua turma da escola, tem uma visão de que o avião
em que estão irá explodir e matar todos. Quando ele acorda, assustado, percebe
que todos os sinais que levavam à explosão estavam acontecendo, então começa a
gritar desesperadamente que a aeronave vai cair, fazendo-o ser expulso,
juntamente com alguns estudantes e uma professora. Momentos depois de decolar,
tudo se confirma e o avião realmente explode, deixando todos chocados. Pensando
que estão à salvo, eles voltam a viver suas vidas, mas logo descobrem que não
dá para enganar a morte e ela começa a pegar um por um.
Pois é, aqui não há assassinos mascarados, mas sim
a própria morte matando os jovens. Não dá para se esconder, não dá para fugir,
e tudo acontece por meios de “acidentes”, alguns extremamente elaborados (A
morte da professora é agonizante), outros bem rápidos e inesperados (O
atropelamento de ônibus, que, cá entre nós, é a melhor morte do filme). A dona
morte vai acabando um por um, mas Alex consegue descobrir o esquema da morte:
Os sobreviventes estão morrendo na ordem que deveriam ter morrido no avião, e
começa a tentar enganar a morte novamente.
Como ninguém pensou nisso antes? A ideia é
extremamente original, mas nem tudo são flores, então “Premonição” tem seus
erros, na verdade, SEU erro, que é justamente o que deveria ser o maior
atrativo: O roteiro. Apesar de a ideia ser muito boa (Genial, como já falei),
os diálogos são ruins – tem até aquela baboseira de “vamos nos encontrar do
outro lado” e “eles estão lá em cima em um lugar melhor” – e fracos, para não
falar dos estereótipos dos personagens, a loira gostosa, Terry (Amanda Detmer),
o gostosão popular que namora ela, Carter (Kerr Smith), o amigo maluco Billy
(Seann William Scott), o mocinho bonzinho, Alex, e a mocinha boazinha, Clear
(Ali Larter), também, para os dois terminarem juntos). As atuações estão apenas
ok, com destaque apenas para Kristen Cloke, que interpreta Sra. Lewton, a
professora. Cloke consegue ter a melhor atuação do filme, mostrando claramente
o sofrimento e o medo do seu personagem quando os jovens parecem estar
indiferentes, mas, infelizmente, logo é despachada.
O mais interessante no roteiro é, realmente, o
esquema da morte. Ao longo do filme eles descobrem que se você salvar alguém do
seu fim, ela é salva de verdade e a morte pula para a próxima vítima, o que é
desmentindo no final, quando ela recomeça a lista e mata Carter (Kerr Smith), em
um final incrível, que deixa um grande gancho para uma sequência – que acabou
vindo 3 anos depois.
O acidente inicial, que passou a ter mais destaque
nos outros filmes, aqui é bem rápido, mas suficiente para ser melhor que a
chuva de efeitos ruins de “Premonição 4”, e as mortes não estão violentas,
apesar de todos os momentos que levam à ela serem bem tensos, com exceção
apenas para a morte de Terry.
Mesmo com seus erros, “Premonição” é um ótimo
filme, tenso, criativo e surpreendente. A franquia “Premonição”, inclusive, é
também uma das poucas a ter pouquíssimos filmes ruins (De cinco, apenas um é).
Apesar de não ter a qualidade de um clássico, se tornou um dos filmes que
deixaram suas marcas no gênero terror.
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