quinta-feira, 21 de maio de 2015

CRÍTICA: Premonição (2000)




ATENÇÃO: O texto a seguir contém revelações sobre o enredo, se não assistiu ao filme, esteja ciente de que deve encontrar spoilers.

Em um gênero que só trazia assassinos mascarados matando jovens do modo mais violento possível, “Premonição” foi um sopro de originalidade imenso, com uma ideia extremamente original e até mesmo genial, o filme foi um fenômeno e ganhou incontáveis continuações (Algumas tão boas quanto ele).

Tudo começa quando o jovem Alex (Devon Sawa), prestes a viajar à Paris com sua turma da escola, tem uma visão de que o avião em que estão irá explodir e matar todos. Quando ele acorda, assustado, percebe que todos os sinais que levavam à explosão estavam acontecendo, então começa a gritar desesperadamente que a aeronave vai cair, fazendo-o ser expulso, juntamente com alguns estudantes e uma professora. Momentos depois de decolar, tudo se confirma e o avião realmente explode, deixando todos chocados. Pensando que estão à salvo, eles voltam a viver suas vidas, mas logo descobrem que não dá para enganar a morte e ela começa a pegar um por um.

Pois é, aqui não há assassinos mascarados, mas sim a própria morte matando os jovens. Não dá para se esconder, não dá para fugir, e tudo acontece por meios de “acidentes”, alguns extremamente elaborados (A morte da professora é agonizante), outros bem rápidos e inesperados (O atropelamento de ônibus, que, cá entre nós, é a melhor morte do filme). A dona morte vai acabando um por um, mas Alex consegue descobrir o esquema da morte: Os sobreviventes estão morrendo na ordem que deveriam ter morrido no avião, e começa a tentar enganar a morte novamente.

Como ninguém pensou nisso antes? A ideia é extremamente original, mas nem tudo são flores, então “Premonição” tem seus erros, na verdade, SEU erro, que é justamente o que deveria ser o maior atrativo: O roteiro. Apesar de a ideia ser muito boa (Genial, como já falei), os diálogos são ruins – tem até aquela baboseira de “vamos nos encontrar do outro lado” e “eles estão lá em cima em um lugar melhor” – e fracos, para não falar dos estereótipos dos personagens, a loira gostosa, Terry (Amanda Detmer), o gostosão popular que namora ela, Carter (Kerr Smith), o amigo maluco Billy (Seann William Scott), o mocinho bonzinho, Alex, e a mocinha boazinha, Clear (Ali Larter), também, para os dois terminarem juntos). As atuações estão apenas ok, com destaque apenas para Kristen Cloke, que interpreta Sra. Lewton, a professora. Cloke consegue ter a melhor atuação do filme, mostrando claramente o sofrimento e o medo do seu personagem quando os jovens parecem estar indiferentes, mas, infelizmente, logo é despachada.

O mais interessante no roteiro é, realmente, o esquema da morte. Ao longo do filme eles descobrem que se você salvar alguém do seu fim, ela é salva de verdade e a morte pula para a próxima vítima, o que é desmentindo no final, quando ela recomeça a lista e mata Carter (Kerr Smith), em um final incrível, que deixa um grande gancho para uma sequência – que acabou vindo 3 anos depois.

O acidente inicial, que passou a ter mais destaque nos outros filmes, aqui é bem rápido, mas suficiente para ser melhor que a chuva de efeitos ruins de “Premonição 4”, e as mortes não estão violentas, apesar de todos os momentos que levam à ela serem bem tensos, com exceção apenas para a morte de Terry.

Mesmo com seus erros, “Premonição” é um ótimo filme, tenso, criativo e surpreendente. A franquia “Premonição”, inclusive, é também uma das poucas a ter pouquíssimos filmes ruins (De cinco, apenas um é). Apesar de não ter a qualidade de um clássico, se tornou um dos filmes que deixaram suas marcas no gênero terror.

←  Anterior Proxima  → Página inicial

0 comentários:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...