quarta-feira, 20 de maio de 2015

REVIEW: Shamir - Ratchet




Com seu EP de estreia, “Northtown”, Shamir se mostrou como uma das revelações mais interessantes de 2014, dono de um estilo que mistura funk, disco e synthpop e de uma voz andrógina que o mesmo define como um meio-termo entre o feminino e o masculino. Desde suas primeiras músicas, o cantor de Las Vegas já era um nome para ficarmos de olho e seu álbum de estreia, “Ratchet”, lançado nesta semana, só prova isso. Veja a nossa review:

Vegas – “Ratchet” é aberto com um synth-pop lento e sedutor, onde a voz andrógina do cantor tem espaço para brilhar, mas que ainda não consegue chamar a atenção para o álbum do jeito que o primeiro single do trabalho demonstrava. Nota: 5.5/10

Make a Scene – Colocando um sorriso no rosto de quem torceu um pouco o nariz para “Vegas”, “Make a Scene” chega como uma forte aposta para single. Sobre uma batida de disco-funk que parece ter saído anos 80, incluindo um break nervoso de sintetizadores, Shamir critica a superficialidade e a vida agitada cheia de festas e luxúria da geração adolescente. Um dos pontos altos do disco? Claro. Nota: 9.5/10

On the Regular – E por falar em ponto alto do disco, “On The Regular”, o primeiro single do álbum vem logo em seguida, e é interessante saber que, mesmo depois de ouvir todo o álbum, esta continua sendo uma das melhores faixas do registro. Extremamente eletrônica e agitada, a música traz fortes influências da rapper Azealia Banks, aliás, a maior parte da canção é constituída de um rap descontraído e debochado de Shamir. Grande single, really really? Really really? Aham, really. Nota: 10/10

Call It Off – Para completar o trio de hinos do “Ratchet”, somos presenteados com “Call It Off”. Tão animada quanto a anterior e perfeita para uma festa anos 90 em uma discoteca com muitos globos espelhados e calças boca-de-sino, o segundo single do material traz deliciosas batidas disco e vários tipos de cativantes sintetizadores. Dá vontade de sair dançando por aí como os fantoches do clipe fazem! Nota: 10/10

Hot Mess – A quinta faixa na tracklist é um disco-funk aos moldes de “Make a Scene”, mas sem chegar aos pés dela. Aqui temos um refrão fraco e uma canção linear demais que nunca explode. No fim, “Hot Mess” pode ser considerada como “descartável”. Nota: 4.5/10

Demon – Acalmando os nervos um pouco, “Demon” traz um lado mais pop cheio de alma. Os sintetizadores, aqui bem suaves e alegres, ainda se fazem presentes, juntos a um tímido piano e uma bela letra. Ao ouvir “Demon”, não seria muito surpreendente ficar com vontade de sentar na areia da praia e respirar o ar fresco ao som dessa maravilha. Já estamos preparando nossos cartazes de “Demon como single” desde já. Nota: 9.0/10

In for the Kill – Mantendo o alto nível alcançado aqui (Que “Hot Mess” quase desequilibrou), “In for the Kill” é uma das faixas mais curiosas e gostosas de se ouvir, com sua bagunça esquisita de saxofones e suas batidas pop meio disco meio jazz deliciosa (Que chegam a lembrar os trabalhos antigos de Lily Allen), e merece ser single, como quase tudo nesse CD, afinal. Nota: 8.5/10

Youth – A antepenúltima faixa do disco traz uma mistura de soul, funk e a essência eletrônica do álbum, com uma performance vocal impressionante de Shamir, que inicia de modo lento e acaba por crescer até o final, onde atinge seu ápice, com os “you, you, you, you” e os falsetes do cantor de Las Vegas. Nota: 8.0/10

Darker – A primeira balada do álbum aparece no final do álbum e se a voz de Shamir estava impecável em “Youth”, aqui atinge outros níveis, impressionando com os falsetes. “Darker” possui uma linda e delicada letra e um instrumental quase inaudível, que começa com uma orquestra e depois se limita a um denso sintetizador. Não é um destaques, mas é uma bela canção, com certeza. Nota: 6.5/10

Head in the Clouds – O clima funky disco está de volta em “Head in the Clouds”, faixa que fecha com chave de ouro o álbum de estreia de Shamir. Com batidas rápidas e extremamente dançantes, além de sintetizadores cativantes como os de “Make a Scene”, a faixa deixa um gostinho de “quero mais” quando acaba. O jeito é colocar o disco no repeat. Nota: 8.5/10

KC – Uma baladinha acústica que não prende a atenção em absolutamente nada. Ainda bem que é apenas uma canção bônus. Nota: 4.5/10

Resumo geral: A impressão que fica o “Ratchet” é de que Shamir nasceu na época errada. Ele poderia ser descrito como uma mistura entre Michael Jackson e Prince assim como também poderia ser considerado como uma versão atualizada de uma disco diva. Suas intenções ficam claras em cada música da tracklist: Shamir quer trazer de volta a cultura do funky disco que os anos 80 adoravam, mesmo que ele nem tenha chegado a viver a época (Ele tem apenas 20 anos), e nós adoramos isso. “Ratchet” é um disco divertido e bem construído, mesmo com suas poucas falhas, e Shamir é dono de um estilo tão único e atraente que suas novas músicas dificilmente passarão despercebidas por nós.

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