Eu já falei uma vez sobre o mistério de tanto
talento na Suécia, certo? Pois é, Mapei nasceu lá. Ela mora nos EUA, mas
aparentemente deu tempo de beber da água mágica daquele país, porque
talento a sueca/americana tem de sobra. Ela atraiu os olhares de muitas pessoas
quando lançou seu single de estreia, “Don’t Wait”, que foi aclamada pela
crítica por misturar estilos diferentes e contar com sua voz maravilhosa. Com
isso, anunciou seu primeiro álbum e deixou ansiosos os que haviam ouvido seu
single. Antes de lançar o disco, ela ainda liberou duas músicas, sendo elas
“Believe” e o segundo single, “Change”. Foram meses esperando pelo trabalho,
até que no fim de 2014 ele chegou. Veja nossa opinião sobre o "Hey Hey".
Don’t Wait
– Aberto pelo seu carro-chefe, o álbum já inicia com o pé direito. “Don’t Wait”
foi o hit responsável por dar um certo reconhecimento à Mapei, reconhecimento
esse que foi extremamente merecido, já que a música não é nada menos que
magnífica. Com um tímido violão sob as batidas que misturam R&B e funk
carioca (!), a cantora desenrola a canção com sua voz potente, sobrando espaço
até para versos de rap no final. Nota:
9.5/10
Change
– Quando ouvimos a grandiosa “Change” – segundo single do disco – começar,
sentimos logo seu poder nos primeiros segundos, com um instrumental sensacional
regado a tambores de marcha militar. A partir daí ela começa a cantar os belos
versos da canção até explodir em um refrão epicamente majestoso, onde ela clama
por mais amor. Ao terminar o refrão, somos surpreendidos ainda com um
maravilhoso pós-refrão, onde ela diz que todos estão esperando por uma mudança.
É o tipo de faixa épica e grandiosa que, se fosse menos pop, poderia ser até
trilha sonora uma série como Game Of Thrones. Nota: 10/10
Blame It On
Me – Diminuindo o ritmo depois do magnífico segundo single, “Blame It On
Me” chega com tambores africanos, contrastando com a letra calma, quase uma
balada. O refrão é belíssimo e a faixa tem seus pontos altos, mas não sei se é
porque veio depois do hino “Change” que acabou decepcionando. Nota: 5.0/10
Come On
Baby – Voltando aos arranjos grandiosos, em “Come On Baby” temos um
instrumental aberto por instrumentos de sopro, que em seguida são espaço para
uma batidas pop com levíssimas influências trap – que chega a lembrar drum and
bass – feitas para as rádios. O refrão é poderoso e o rap de Mapei no final é
sensacional. Esta seria uma forte aposta para single! Nota: 8.0/10
Things You Don’t Know About – “Things You Don’t Know About” é
uma das faixas mais diferente do álbum. O instrumental futurista –
alienígena – com violões é curioso o bastante para prender nossa atenção até
depois do primeiro refrão, onde uma batida disco permeada por um baixo nervoso
é jogada, tornando a faixa energética e bem oitentista. Com certeza um dos
pontos altos do álbum! Nota: 9.0/10
As 1 –
“As 1” é a primeira baladinha de verdade do álbum e também muito diferente das outras canções. Aqui Mapei traz um soul suave e delicado, com curiosos sons de gotas
de água no refrão. A letra é uma das mais belas e a voz da cantora está
impecável, mas seu problema é estar entre duas das melhores faixas do disco,
que quase a engolem. Nota: 6.0/10
Second to
None – Depois da calminha música anterior, Mapei surpreende com uma faixa
totalmente hip-hop, onde ela mostra sua versatilidade e entoa versos poderosos
como rapper (Com destaque para os primeiros), enquanto a aura gangster sombria
da canção – com direito a uma letra obscura e sons lá no fundo que lembram
filmes de terror – dá o toque final à produção incrível. Nota: 9.5/10
Believe
– Saindo do peso de “Second to None”, “Believe” chega para alegrar o clima, com
uma letra otimista e um deliciosa instrumental pop com uma guitarra e xilofones
quase oníricos – além disso, os tambores de marcha militar estão de volta, mas
bem mais tímidos. Daria um belo single. Nota:
8.5/10
Step Up
– Outra faixa bem radifônica e deliciosa de se ouvir, “Step Up” carrega um dos
instrumentais mais dançantes, trazendo uma batida de hip-hop acelerada e
guitarras e sintetizadores no refrão poderoso. Assim como “Change”, o arranjo é
grandioso e seu início já denuncia que esta é uma grande canção. Nota: 8.0/10
Keep It
Cool – A antepenúltima faixa do material traz uma aura angelical e bem
calma, com um instrumental pop com tambores e um refrão que não explode. Infelizmente,
“Keep It Cool” soa como uma filler. Nota: 5.5/10
What’s
Innit 4 Me – Animando o ritmo do disco novamente, chegamos à eletrônica
“What’s Innit 4 Me”, cheia de sintetizadores e gritinhos ao longo da canção,
além de um refrão chiclete (What’s in it
for me, what’s in it for me, for me, for me). Não tem a força da maioria
das outras músicas, mas é uma boa canção. Nota:
6.5/10
Baby It’s
You – A faixa que fecha o álbum – com chave de ouro, diga-se de passagem –
é uma mistura de blues e R&B deliciosa, com “cha-la-las” e estalos de dedo,
além de uma bonitinha letra sobre amor. É como se Amy Winehouse decidisse cantar
algo mais pop do que o normal e isso nos agradou. Nota: 7.0/10
Resumo
geral: “Hey Hey” é surpreendente. Não apenas por ter uma qualidade acima da
média, mas por ser cheio de faixas pop e hits em potencial, como “Come On Baby”
e “What’s Innit 4 Me” (Principalmente a primeira). O talento da cantora é
mostrado em diversas formas, desde baladinhas melódicas (“As 1”) até faixas com
rap (Como “Don’t Wait”, a já citada “Come On Baby” e, principalmente, “Second
to None”, que é focada no estilo). É um trabalho muito bom para um disco de
estreia, com uma mistura de estilos sem perder a identidade própria artista.
Com o “Hey Hey”, Mapei tem um álbum poderoso em mãos, resta saber se ela vai
saber usar esse poder ou não.
0 comentários:
Postar um comentário