Que “Todo Mundo em Pânico 2” decepcionou os fãs do
primeiro filme não é novidade, pois, mesmo sendo um bom filme, não tinha a
mesma qualidade do original. No entanto, o terceiro filme veio para colocar a
franquia de volta no lugar, com um filme engraçado sem tantas piadas idiotas, a
adição de novos personagens memoráveis e, como não poderia deixar de ser, novos
filmes parodiados.
Cindy (Anna Faris), que agora está loira e mora
com o sobrinho meio paranormal, é jornalista e investiga uma fita assassina que
mata em sete dias as pessoas que assistem à ela, descobrindo que tudo tem a ver
com estranhos sinais na plantação do fazendeiro Tom Logan (Charlie Sheen), os
quais se revelam sinais alienígenas.
Como já deu para perceber pela breve sinopse, o
filme foca em duas sátiras centrais, de “O Chamado” e “Sinais”. O núcleo do
primeiro filme é o de Cindy, enquanto que o segundo é o do fazendeiro Tom e seu
irmão. As paródias secundárias são várias, como “Matrix” e “Os Outros”, esta
última rende uma das cenas mais absurdas e engraçadas do filme, envolvendo a
famosa cena da garota embaixo do lençol, que aqui é o Michael Jackson!
As marcas registradas da franquia são as
aberturas, e esta não fica atrás de nenhuma, inclusive, consegue superar ambas
as cenas iniciais dos filmes anteriores. Aqui a paródia fica para a cena
inicial de “O Chamado”, onde Becca (Pamela Anderson) e Katie (Jenny McCarthy),
duas amigas que se encaixam no padrão de loiras peitudas burras, estão
assistindo TV e uma delas comenta que assistiu a fita. A cena culmina na morte
de Katie, mas não sem antes nos apresentar piadas engraçadíssimas, entre as
quais temos a parte em que Becca pergunta se a amiga já ouviu falar de uma
famosa fita e Katie descreve o vídeo de sexo da própria Pamela Anderson (!), a
cena em que uma delas se desespera e não consegue desligar a TV porque o
controle está virado ou quando Becca encontra o cadáver da amiga, cuja cabeça
cai no chão e ela continua perguntando “Está tudo bem?”.
Os personagens voltam a ser o ponto mais alto do
filme, pois, além de Cindy e Brenda (Regina Hall), somos apresentados a novos
personagens interessantíssimos, como George (Simon Rex), um fazendeiro
aspirante a rapper, o presidente Baxter Harris (Leslie Nielsen), desastrado e
ingênuo, Tia Shaneequa (Queen Latifah), uma vidente, e a hilária dupla – que já
mora em nossos corações – Mahalik (Anthony Anderson) e CJ (Kevin Hart),
responsáveis por boa parte do humor do novo filme.
As piadas estão tão engraçadas quanto às do
primeiro filme, quem sabe até mais, e não são estúpidas como algumas do segundo
filme. É impossível não rir na cena da morte de Brenda (Sim, ela morre
novamente, mas a franquia “Todo Mundo...” não gosta de seguir a lógica da vida
e da morte), em que ela sai no tapa com Tabitha, que parodia a vilã Samara
Morgan, ou nos maravilhosos debates filosóficos de Mahalik e CJ sobre ratazanas
ou “acordar morto”. Destaque também para a cena do desastroso velório de
Brenda, onde temos uma das melhores sequências de comédia do filme, desde o
início, com Cody (Drew Mikuska) adivinhando o futuro das pessoas, até o final,
quando o cadáver literalmente explode!
O final do filme ainda interliga as duas histórias
de um modo extremamente criativo. Os alienígenas não queriam dominar a terra,
mas sim matar Tabitha, pois eles também haviam assistido à fita (!). Depois que
tudo acaba bem e a garota é jogada de volta ao poço (Graças ao presidente),
Cindy e George se casam e o filme termina com Cody sendo atropelado pela
segunda vez, inclusive, atropelamentos são uma marca registrada dos finais da
franquia, não é mesmo?
A surpresa ao assistir “Todo Mundo em Pânico 3” é
inegável, e parece que a saída dos irmãos Wayans do comando foi extremamente
saudável para a franquia. Com pouquíssimos pontos negativos, quase nenhum na
verdade, a terceira parte se torna ainda melhor que “Todo Mundo em Pânico” e
assume a liderança como o melhor filme da série.
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