quinta-feira, 4 de junho de 2015

REVIEW: Alesso - Forever




Todos sabem que a cena do EDM é basicamente dominada por poucos nomes, como David Guetta e Calvin Harris, mas há espaço também para os nomes em ascensão que oferecem um trabalho tão bom quanto de veteranos, Martin Garrix e Alesso estão aí para provar isso. Com 23 anos de vida e poucos anos de carreira, Alesso já coleciona um número interessante de músicas de sucesso, das quais podemos citar “Years”, com Matthew Koma, e “Calling”, com Ryan Tedder. Depois de uma demora considerável para lançar seu álbum de estreia, ele lançou o “Forever” em maio de 2015 e a espera valeu a pena. Confira a nossa review!

Profondo – A faixa que abre o disco, com pouco mais de 2 minutos, é uma confusão de sintetizadores nervosos e desconexos. Não há nenhuma voz e nenhuma batida, apenas ruídos perturbados que servem como a pesada introdução e poderiam ter ficado de fora da tracklist numa boa. Nota: 4.0/10

PAYDAY – Ao ouvir a segunda música do álbum, percebemos que “Profondo” na verdade foi uma introdução para “PAYDAY” e não para o disco em si, pois a faixa realmente parece ser uma continuação. Trazendo um instrumental também com synths eufóricos, ela tem a construção de uma música eletrônica, ao contrário a antecessora, com batidas, build (parte que leva ao drop) e o drop. Nota: 7.0/10

Heroes (We Could Be) – A guitarra melódica anuncia a chegada do carro-chefe e uma das canções eletrônicas mais incríveis de 2014, começou “Heroes”. Ao contrário do EDM pulsante de “PAYDAY”, aqui Alesso traz o que eu resolvi agora chamar de electro-balada, aquela faixa que se mantém calma, basicamente apenas com a voz de um cantor ou cantora, e explode depois do refrão, como “Titanium” do David Guetta. A voz aqui é de Tove Lo, o que foi uma escolha pra lá de certa. Agora uma observação que precisa ser feita: Que refrão maravilhoso é esse?! Hino, sem mais. Nota: 8.5/10

Tear The Roof Up – Depois da calmaria vem a tempestade, e essa tempestade é “Tear The Roof Up”, hino destruidor para ferver a pista de dança. Com um instrumental crescente e uma voz masculina distorcida repetindo que eles estão ficando tão altos que vão destruir do teto, a faixa é um EDM pesado e enlouquecedor. Nós sabemos quando eles “estraçalham o teto” quando o drop alucinante chega. Sabe aquela parte em que todo mundo na festa começa a pular e perder a dignidade? Pronto, no show do Alesso, essa parte é quando toca “Tear The Roof Up”. Nota: 8.5/10

Cool – Não, você não está louco ou sonhando, “Cool” realmente tem samples do smash “Get Outta My Way” da Kylie Minogue! O piano e os sintetizadores fresh da canção da rainha do pop australiano são inconfundíveis. Só percebemos que não é “Get Outta My Way” quando ouvimos os suaves vocais de Roy English, que lembram os de Sam Smith, entoar os versos apaixonados da canção. Tem cara de hit! Nota: 9.0/10

Scars – Seguindo os passos de “Heroes” e até a faixa anterior, “Scars” é uma quase balada, desta vez com a voz de Ryan Tedder. A letra é o ponto forte e os vocais estão na medida, mas a sexta faixa do disco não tem muita coisa que chama a atenção, já que o drop é fraco e o refrão não tem potência, tudo bem inferior a “Calling”, parceria anterior entre Alesso e o cantor. Enfim, cheiro de filler no ar. Nota: 5.0/10

Sweet Escape – A fórmula é a mesma da canção anterior, lembrando “Heroes” por causa dos vocais angelicais da novata Sirena. A música começa lenta e começa a crescer no refrão grandioso, que antecede um drop que lembra os trabalhos do Swedish House Mafia, mas não sem antes um build incrível! “Sweet Escape” é uma das canções mais potentes do trabalho e merece ser single sem nenhuma dúvida. Nota: 8.5/10

Destinations – A segunda música instrumental do álbum, sem contar a introdução, é “Destinations”, mas não pense que é um rala ppk no chão porque não é. “Destinations” é bem calma, com um belíssimo piano e um clima relaxante. É uma faixa interessante, mas seria bem mais atraente com os vocais de alguém. Nota: 6.5/10

If It Wasn’t For You Electro-baladas são o foco do disco e isso já está bem evidente. “If It Wasn’t For You” chama atenção sobretudo pelos vocais impecáveis de Simon Strömstedt, infelizmente não creditado no título, que canta a bela letra com emoção, atingindo uma bela nota no refrão. O drop, que não costuma ser o destaque em faixas progressive house (O nome correto para as minhas electro-baladas), é incrível também, com a presença do que parecem ser violões e violinos. Um dos pontos altos do disco com certeza. Nota: 9.0/10

In My Blood – Outra forte candidata a melhor faixa do disco, “In My Blood” traz de volta as semelhanças com Swedish House Mafia, não no instrumental, mas na participação de John Martin, que trabalhou com o trio nos hinos “Save The World” e “Don’t You Worry Child”. “In My Blood” tem tudo para ser single e hit, incluindo vocais atraentes, refrão poderoso e um drop fodástico, e que drop! Me arrisco a afirmar que a décima música do disco possui o melhor drop de todos. É lindo e extremamente dançante ao mesmo tempo. Incrível! Nota: 9.5/10

Under Control – Apesar de não ter sido o lead-single propriamente dito do álbum, “Under Control” foi lançada bem antes do álbum e nós nem acreditávamos que iria entrar na tracklist. Aqui o DJ sueco traz Calvin Harris e Theo Hutchcraft (do Hurts) para dar vida a um hino das pistas. Os vocais de Theo, como sempre, são impecáveis (Boatos de que muitas gravidezes aconteceram só de ouvir a voz dele) e o instrumental é alucinante. Hino, né mores? Nota: 8.0/10

All This Love – “All This Love”, parceria com Noonie Bao (A voz de “Rihanna”, do Clean Bandit), certamente não será um single do “Forever”, pois não possui um refrão tão poderoso e soa bem tímida perto das outras, mas não deixa de ser uma música envolvente por causa dos vocais maravilhosos da sueca. Caminha pela mesma estrada de “Scars”. Nota: 6.0/10

If I Lose Myself – Apesar de não ter sido o lead-single, propriamente dito, do álbum de estreia de Alesso, seu remix para “If I Lose Myself” do OneRepublic foi o nosso primeiro contato com o “Forever” (Assim como “Under Control”, não esperávamos encontrá-la na tracklist oficial) e é um daqueles casos onde o remix mantém muitas características originais da canção e dá apenas um toque mais dançante. Nota: 7.0/10

Immortale – Definitivamente, “Immortale” é a música mais surpreendente do álbum. Encontrar baladinhas em álbuns DJs já não é mais novidade, “The Whisperer” do David Guetta com a Sia e “Ecstasy” do Calvin Harris com o Theo Hutchcraft estão aí para provar isso, mas “Immortale” vai ainda mais longe, é uma balada instrumental! Isso mesmo, não tem voz e nem batida, apenas uma épica melodia crescente de instrumentos orquestrais e tímidos sintetizadores, que lembra uma música ambiente de um belo filme de drama. É uma experiência muito interessante ouvir esta canção e em nenhum momento ela soa desconexa ou esquisita. “Immortale” por si só é uma faixa genial, e fechando o álbum ainda por cima... Nota: 8.5/10

Resumo geral: Com seu álbum de estreia, Alesso trouxe um trabalho inovador, poderoso e, além de tudo, marcante. O DJ sueco não quis fazer apenas mais um disco de música eletrônica, quis fazer um disco que ultrapassa as barreiras do EDM fervedor de pista e trazer letras de qualidade (Como o próprio artista falou: “Kurt Cobain escreveu sobre miséria e coração partido, por que eu não posso?”). A pretensão de ter um disco marcante pode ser vista no título grandioso do trabalho e na já citada qualidade lírica do “Forever”, além das parcerias sempre acertadas e bem encaixadas. “Forever” é um disco surpreendente, e, com essa estreia, Alesso se mostra um nome para ser lembrado.

←  Anterior Proxima  → Página inicial

0 comentários:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...