Todos sabem que a cena do EDM é basicamente
dominada por poucos nomes, como David Guetta e Calvin Harris, mas há espaço
também para os nomes em ascensão que oferecem um trabalho tão bom quanto de
veteranos, Martin Garrix e Alesso estão aí para provar isso. Com 23 anos de
vida e poucos anos de carreira, Alesso já coleciona um número interessante de
músicas de sucesso, das quais podemos citar “Years”, com Matthew Koma, e
“Calling”, com Ryan Tedder. Depois de uma demora considerável para lançar seu
álbum de estreia, ele lançou o “Forever” em maio de 2015 e a espera valeu a
pena. Confira a nossa review!
Profondo
– A faixa que abre o disco, com pouco mais de 2 minutos, é uma confusão de
sintetizadores nervosos e desconexos. Não há nenhuma voz e nenhuma batida,
apenas ruídos perturbados que servem como a pesada introdução e poderiam ter
ficado de fora da tracklist numa boa. Nota:
4.0/10
PAYDAY
– Ao ouvir a segunda música do álbum, percebemos que “Profondo” na verdade foi
uma introdução para “PAYDAY” e não para o disco em si, pois a faixa realmente
parece ser uma continuação. Trazendo um instrumental também com synths eufóricos,
ela tem a construção de uma música eletrônica, ao contrário a antecessora, com
batidas, build (parte que leva ao drop) e o drop. Nota: 7.0/10
Heroes (We
Could Be) – A guitarra melódica anuncia a chegada do carro-chefe e uma das
canções eletrônicas mais incríveis de 2014, começou “Heroes”. Ao contrário do
EDM pulsante de “PAYDAY”, aqui Alesso traz o que eu resolvi agora chamar de electro-balada, aquela faixa que se
mantém calma, basicamente apenas com a voz de um cantor ou cantora, e explode
depois do refrão, como “Titanium” do David Guetta. A voz aqui é de Tove Lo, o
que foi uma escolha pra lá de certa. Agora uma observação que precisa ser
feita: Que refrão maravilhoso é esse?! Hino, sem mais. Nota: 8.5/10
Tear The
Roof Up – Depois da calmaria vem a tempestade, e essa tempestade é “Tear The
Roof Up”, hino destruidor para ferver a pista de dança. Com um instrumental
crescente e uma voz masculina distorcida repetindo que eles estão ficando tão
altos que vão destruir do teto, a faixa é um EDM pesado e enlouquecedor. Nós
sabemos quando eles “estraçalham o teto” quando o drop alucinante chega. Sabe
aquela parte em que todo mundo na festa começa a pular e perder a dignidade?
Pronto, no show do Alesso, essa parte é quando toca “Tear The Roof Up”. Nota: 8.5/10
Cool –
Não, você não está louco ou sonhando, “Cool” realmente tem samples do smash
“Get Outta My Way” da Kylie Minogue! O piano e os sintetizadores fresh da canção da rainha do pop
australiano são inconfundíveis. Só percebemos que não é “Get Outta My Way”
quando ouvimos os suaves vocais de Roy English, que lembram os de Sam Smith, entoar
os versos apaixonados da canção. Tem cara de hit! Nota: 9.0/10
Scars –
Seguindo os passos de “Heroes” e até a faixa anterior, “Scars” é uma quase
balada, desta vez com a voz de Ryan Tedder. A letra é o ponto forte e os vocais
estão na medida, mas a sexta faixa do disco não tem muita coisa que chama a
atenção, já que o drop é fraco e o refrão não tem potência, tudo bem inferior a
“Calling”, parceria anterior entre Alesso e o cantor. Enfim, cheiro de filler no ar. Nota: 5.0/10
Sweet
Escape – A fórmula é a mesma da canção anterior, lembrando “Heroes” por
causa dos vocais angelicais da novata Sirena. A música começa lenta e começa a
crescer no refrão grandioso, que antecede um drop que lembra os trabalhos do
Swedish House Mafia, mas não sem antes um build incrível! “Sweet Escape” é uma
das canções mais potentes do trabalho e merece ser single sem nenhuma dúvida. Nota: 8.5/10
Destinations
– A segunda música instrumental do álbum, sem contar a introdução, é
“Destinations”, mas não pense que é um rala ppk no chão porque não é.
“Destinations” é bem calma, com um belíssimo piano e um clima relaxante. É uma
faixa interessante, mas seria bem mais atraente com os vocais de alguém. Nota: 6.5/10
If It
Wasn’t For You – Electro-baladas são
o foco do disco e isso já está bem evidente. “If It Wasn’t For You” chama
atenção sobretudo pelos vocais impecáveis de Simon Strömstedt, infelizmente não
creditado no título, que canta a bela letra com emoção, atingindo uma bela nota
no refrão. O drop, que não costuma ser o destaque em faixas progressive house (O nome correto para
as minhas electro-baladas), é
incrível também, com a presença do que parecem ser violões e violinos. Um dos
pontos altos do disco com certeza. Nota:
9.0/10
In My Blood
– Outra forte candidata a melhor faixa do disco, “In My Blood” traz de
volta as semelhanças com Swedish House Mafia, não no instrumental, mas na
participação de John Martin, que trabalhou com o trio nos hinos “Save The
World” e “Don’t You Worry Child”. “In My Blood” tem tudo para ser single e hit,
incluindo vocais atraentes, refrão poderoso e um drop fodástico, e que drop! Me
arrisco a afirmar que a décima música do disco possui o melhor drop de todos. É
lindo e extremamente dançante ao mesmo tempo. Incrível! Nota: 9.5/10
Under
Control – Apesar de não ter sido o lead-single propriamente dito do álbum,
“Under Control” foi lançada bem antes do álbum e nós nem acreditávamos que iria
entrar na tracklist. Aqui o DJ sueco traz Calvin Harris e Theo Hutchcraft (do
Hurts) para dar vida a um hino das pistas. Os vocais de Theo, como sempre, são
impecáveis (Boatos de que muitas gravidezes aconteceram só de ouvir a voz dele)
e o instrumental é alucinante. Hino,
né mores? Nota: 8.0/10
All This
Love – “All This Love”, parceria com Noonie Bao (A voz de “Rihanna”, do
Clean Bandit), certamente não será um single do “Forever”, pois não possui um
refrão tão poderoso e soa bem tímida perto das outras, mas não deixa de ser uma
música envolvente por causa dos vocais maravilhosos da sueca. Caminha pela
mesma estrada de “Scars”. Nota: 6.0/10
If I Lose
Myself – Apesar de não ter sido o lead-single, propriamente dito, do álbum
de estreia de Alesso, seu remix para “If I Lose Myself” do OneRepublic foi o
nosso primeiro contato com o “Forever” (Assim como “Under Control”, não
esperávamos encontrá-la na tracklist oficial) e é um daqueles casos onde o
remix mantém muitas características originais da canção e dá apenas um toque
mais dançante. Nota: 7.0/10
Immortale
– Definitivamente, “Immortale” é a música mais surpreendente do álbum.
Encontrar baladinhas em álbuns DJs já não é mais novidade, “The Whisperer” do
David Guetta com a Sia e “Ecstasy” do Calvin Harris com o Theo Hutchcraft estão
aí para provar isso, mas “Immortale” vai ainda mais longe, é uma balada
instrumental! Isso mesmo, não tem voz e nem batida, apenas uma épica melodia
crescente de instrumentos orquestrais e tímidos sintetizadores, que lembra uma
música ambiente de um belo filme de drama. É uma experiência muito interessante
ouvir esta canção e em nenhum momento ela soa desconexa ou esquisita.
“Immortale” por si só é uma faixa genial, e fechando o álbum ainda por cima... Nota: 8.5/10
Resumo
geral: Com seu álbum de estreia, Alesso trouxe um trabalho inovador,
poderoso e, além de tudo, marcante. O DJ sueco não quis fazer apenas mais um
disco de música eletrônica, quis fazer um disco que ultrapassa as barreiras do
EDM fervedor de pista e trazer letras de qualidade (Como o próprio artista
falou: “Kurt Cobain escreveu sobre miséria e coração partido, por que eu não
posso?”). A pretensão de ter um disco marcante pode ser vista no título
grandioso do trabalho e na já citada qualidade lírica do “Forever”, além das
parcerias sempre acertadas e bem encaixadas. “Forever” é um disco
surpreendente, e, com essa estreia, Alesso se mostra um nome para ser lembrado.
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