segunda-feira, 1 de junho de 2015

CRÍTICA: Os Adoráveis de Sarra Manning




Autor(a): Sarra Manning 
Ano: 2013 / Páginas: 384
Idioma: português
Editora: Novo Conceito

Sinopse: Jeane é blogueira. Seu blog, o Adorkable, é um blog de estilo de vida — na verdade, o estilo de vida dela — e já ganhou até prêmios na categoria “Melhor Blog sobre Estilo de Vida” pelo e Guardian e um Bloggie Award. Adora balas Haribo, moda (a que ela cria, comprando em brechós) e colorir (ou descolorir totalmente) os cabelos. Cheia de personalidade e meio volúvel, ainda assim Jeane é bacana — mesmo nos momentos em que se transforma numa insuportável. Mas, certamente, ela não olharia duas vezes para Michael. Porque Michael é o oposto de Jeane. Ele é o tipo de cara que namoraria a garota mais bonita da escola. E compra suas roupas na Hollister, na Jack Wills e na Abercrombie. Além disso, diferente de Jeane, que é autossuficiente, Michael é completamente dependente do pai, o Clínico Geral que condena açúcar, e ainda permite que sua mãe compre suas roupas! (Embora, para Jeane, o pior mesmo sobre Michael é que ele baixa música da internet e nunca paga por isso). Jeane e Michael têm pouco em comum, além de algumas aulas e uma maçante dupla de “ex” — Scarlett e Barney. Mas, apesar disso, eles não conseguem se desgrudar desde que ficaram pela primeira vez.

"Os Adoráveis" é um ótimo exemplo que a frase "Não julgue um livro pela capa" e eu até modificaria/acrescentaria para: "Não julgue um livro pela sua sinopse (e/ou capa)" faz todo o sentido, porque ao ler sua sinopse há grandes chances que você pense o mesmo que eu: "Mas o quê?" de tão diferente que ela é. Admito que já o comecei com o pé atrás, pois é tanta informação jogada que te deixa seriamente confuso e receoso com o que as páginas desse livro trarão.

Além disso, a obra de Sarra Maning tinha tudo pra cair no já clássico clichê teen - O romance de uma garota "estranha" e excluída de qualquer círculo social com o cara mais bonito e desejado do colégio.
Mas (e um grande mas), clichê, padrão, ordinário, genérico e normal são as últimas palavras que descrevem esse livro e seu personagem principal - todos os adjetivos citados anteriormente não se encontram no dicionário dork de Jeane.

Ah, Jeane, excêntrica, inteligente, esperta, ágil, autossuficiente, engraçada e dona de uma criatividade surpreendente, ainda consegue ser apaixonante e te trazer um sentimento de "MEU DEUS EU PRECISO SER AMIGO DELA", o que é incrível já que normalmente eu odeio esses personagens narcisistas, mas Jeane é simplesmente magnífica. Rainha. Rainha da porra toda. Rainha da blogosfera também. Em cada frase e descrição, Sarra fez um trabalho impecável em construir uma personagem tão peculiar quanto ela e merece todos os nossos aplausos por isso.


Também me encanta o fato de que Michael - o namorado que não é "namorado" de Jeane porque ela é boa demais para seguir rótulos - mesmo sendo o capitão do time de futebol, muito bonito, "pegador", inteligente e membro de uma família "perfeita", consegue ser um personagem excelente e não cai nas graças da mesmice. É óbvio que a estrela do livro é Jeane ~soberana~ Smith, mas Michael tem seus momentos lá e cá e foi um bom e gostável acréscimo ao livro.

Os coadjuvantes dele também são muito bons, Melly e Alice, irmãs de Michael, são uma fofura só, a mãe de Michael é uma hater a princípio, mas logo se torna tão fofa quanto as filhas e os "amigos" - mas como "pessoas que fazem parte do limitado círculo social"- de Jeane são tão exóticos e apaixonantes quanto a própria.

Em meio a tantos elogios, só me restam três críticas (que nem são necessariamente "críticas") ao livro:
  1. (Nem tem a ver com a autora). A tradução ficou deixou a desejar (pelo menos pra mim), expressões idiomáticas do inglês foram traduzidas ao pé da letra e frases como "Não é o nosso negócio" e algumas outras que eu já procurei muito e não encontrei se repetem ao longo da narrativa, o que eu achei um descuido por parte dos tradutores.
  2. (A autora também não tem culpa, rs). As citações à cultura inglesa (lojas, restaurantes, bandas, personalidades) abrangem uma grande parte do livro, ou seja, há grandes chances que você esteja "por fora" de tudo isso e se perca, mas nada que vá influenciar na história.
  3. O livro é narrado em "alternância de personagens", ou seja um capítulo por Michael e outro por Jeane, o que é totalmente plausível num romance já que serve para mostrar o ponto de vista - sentimentos e pensamentos - de cada lado da moeda, mas Jeane é tão extremamente magnífica e com uma personalidade tão viva e presente que, talvez, se o livro fosse narrado apenas por ela primeira pessoa, tivesse ficado ainda melhor.
"Os Adoráveis" foi uma leitura maravilhosa e mostra que um livro pode sim partir de um clichê e ser muito mais do que isso (Chupa, Ecos da Morte!), com personagens extremamente cativantes, uma das melhores protagonistas que já li e num mix de romance, comédia e um ou outro drama, a obra é adorável. VIVA O DORK!

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Um comentário:

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