quinta-feira, 14 de maio de 2015

REVIEW: Nelly Furtado - The Spirit Indestructible




Não é por coincidência que a review abaixo veio logo após a resenha do álbum “Ciara”. Nelly Furtado e Ciara têm uma coisa em comum: Ambas já foram máquinas de hits, conseguindo muitos #1s e sucesso, mas acabaram por ter seus trabalhos mais recentes consumidos pelo flop.

Nelly estourou em 2006 com a ajuda de Timbaland, no smash hit “Say It Right”, cujo refrão não possui um ser na face da terra que não saiba cantar, e logo em seguida veio “Promiscuous”, outro sucesso estrondoso. Rapidamente, ela viu seu nome chegar até a elite pop do momento. Depois de uma pausa de seis anos para se dedicar à família, a irmã gêmea da Courteney Cox voltou com “The Spirit Indestructible”, seu quinto álbum de estúdio, que flopou. Mas será que esse flop foi merecido? Nós adiantamos que não, não foi merecido, veja o porquê na nossa review!

Spirit Indestructible – Começando nossa jornada, Nelly apresenta o segundo single e quase-faixa-título do disco, “Spirit Indestructible”. A canção se inicia como uma linda balada, com a voz de Nelly acompanhada de um órgão (Ou um excêntrico piano?), mas logo se torna um batidão pesado que dá até para descer até o chão. Dá pra dançar sim e é um batidão sim, mas isso não significa que a letra seja ruim, muito pelo contrário, ela é uma das melhores do disco. Como o nome já indica, é uma música para levantar a autoestima e mostrar que ela tem um espírito indestrutível. Definitivamente um dos pontos altos do disco. Nota: 10/10

Big Hoops (Bigger the Better) – E POR FALAR EM BATIDÃO... “Big Hoops” foi a faixa que abriu os trabalhos do álbum e apresentou uma nova Nelly, mais madura e experiente. Não é nem de longe uma faixa redondinha e comercial, muito pelo contrário, é extremamente ousada e arriscada. O batidão todo trabalhado no hip-hop são ainda mais pesadas que na música anterior e os vocais da cantora estão propositalmente anasalados (O que torna a canção ainda mais divertida). A recepção da música não foi muito boa por parte da maioria dos críticos, os quais diziam que “Big Hoops” não tinha força para ser um single, mas comigo foi amor à primeira vista e por isso ela é, e sempre foi, a melhor faixa do álbum. Ousada, surpreendente, imprevisível, divertida e sensacional. É Nelly Furtado mostrando que não se importa muito com números, quer apenas fazer música que deseja e foda-se quem não gostar. Como disse a cantora na canção, “Aposto que você nunca ouviu nada assim”! Nota: 10/10

High Life – Outra letra impecável, outra produção incrível, outra faixa sensacional. “High Life” inicia-se com curiosos samples de chicotadas e a voz, agora suave e delicada, da cantora, até chegar até o refrão, onde a música explode com uma batida pop + hip-hop deliciosa e vários “la la la la”. Para completar, o rap de Ace Primo é muito bem-vindo. A letra, como não poderia deixar de ser, é maravilhosa, falando sobre sua repentina fama e como ela não subiu à cabeça mesmo sendo catapultada ao status de diva de elite em 2006, te aconselhando a ter cuidado quando deseja uma vida de fama. Nota: 8.5/10

Parking Lot – A bagunça viciante de cornetas logo no início já anuncia: “Parking Lot” começou, afasta o sofá da sala e começa a rebolar, caralho! Tá, essa pode não ser sua reação quando o terceiro single do “The Spirit Indestructible” começa, mas que “Parking Lot” é um dos hinos do disco. Com uma letra descontraída sobre diversão e uma batida urban misturada à cornetas, essa é uma das mais comerciais do disco. Aqui Nelly arrisca até alguns versos de rap (Lembrando muito a M.I.A.) e tem até repetições para dar o efeito catchy, que o diga os viciantes “na na na na na leh leh”. Quer mais uma prova de que a canção é isso tudo o que eu disse? Que tal o fato de ela ter ganhado um clipe todo frenético e glamoroso (Facilmente um dos melhores de 2012), dirigido por Ray Kay? Nota: 9.0/10

Something – Diminuindo um pouco o ritmo, “Something”, com o Nas, traz um hip-hop mais lento e misterioso, com um arranjo de baixos no fundo e a voz de Nelly extremamente sedutora. Curiosamente, a canção perde um pouco de força no refrão, que deveria ser o ponto mais alto, mas os versos entre os refrãos e o rap de Nas são pra lá de incríveis! Nota: 8.0/10

Bucket List – A sexta faixa do disco é alegre e fofa! Bucket List seria uma lista de coisas para se fazer antes de morrer. Ao longo da canção, em meio a um instrumental de batidas animadas e violões deliciosos (E até alguns “hey”), ela cita as coisas que estão na sua lista e no refrão avisa que a última coisa dela é um novo primeiro beijo no seu amado (Lindo, né?). E o que é aquela risadinha no início? Nellynda! Será possível que esse álbum não tem nenhuma música ruim?! Nota: 8.0/10

The Most Beautiful Thing – Eu precisava abrir a boca… Pois é, “The Most Beautiful Thing” não chega a ser ruim, inclusive, a letra é um ponto altíssimo, mas a faixa decepciona no conjunto completo. É uma música delicada e belíssima, mas cansativa demais. Nota: 5.0/10

Waiting For The Night – ALERTA DE HIT! “Parking Lot” só não é a mais comercial do álbum por causa de “Waiting For The Night”. A oitava faixa na tracklist soa como um hit certeiro e seu refrão lembra a fase “Loose”. Com um potencial evidente, a música foi anunciada como quarto single do CD e até ganhou um clipe incrível, deixando sua marca como uma das melhores do registro. Vale ressaltar que aqui Nelly tem sua melhor performance vocal no álbum. Nota: 7.5/10

Miracles – Retornando ao clima pacífico e introspectivo de “The Most Beautiful Thing”, Nelly traz “Miracles”, que consegue bem mais interessante do que a outra faixa citada. A letra é tão belíssima quanto, mas esta canção não soa cansativa e o instrumental com violinos no fundo é incrível. Nota: 7.5/10

Circles – “Circles” é uma das mais curiosas faixas de todo álbum, pois deixa um pouco de lado os instrumentais mais urban e parte para um synth-pop bem anos 80, com os vocais de Nelly distorcidos de um modo sexy e cativante. Nota: 7.0/10

Enemy – A penúltima música do “The Spirit Indestructible” é uma baladinha que não chama muita atenção no conjunto todo, pois, assim como “The Most Beautiful Thing”, a letra é o que mais se destaca (A única coisa que se destaca mesmo). Nota: 6.0/10

Believers (Arab Spring) – A canção que fecha o álbum é uma balada rock que poderia ter entrado no último álbum da Marina and the Diamonds, “Froot”. Agora sim a faixa com a melhor composição de todo álbum. “Believers” é politizada e tocante, falando sobre pessoas que se dizem crentes, mas se escondem nos momentos de provar sua fé. Um ótimo modo de se despedir de um ótimo disco. Nota: 7.0/10

Resumo geral: Ao contrário de “Loose”, que, apesar de ser incrível, soava bem enlatado e comercial demais, “The Spirit Indestructible” não é repleto de hits e músicas clichês, mas sim de canções que a cantora teve liberdade para fazer, não é à toa que ela assina todas as composições e até algumas produções. Seu quinto disco mostra um amadurecimento incrível e é um trabalho que resume em síntese quem ela é, por isso já se tornou o melhor de sua carreira.


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Um comentário:

  1. Concordo! Principalmente em "Big Hoops".
    Álbum super injustiçado, mas quem sabe daqui a alguns anos não dizem que ele estava "muito a frente do seu tempo" como fizeram com "Bionic" da Christina... :D

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