Não é por coincidência que a review abaixo veio
logo após a resenha do álbum “Ciara”. Nelly Furtado e Ciara têm uma coisa em
comum: Ambas já foram máquinas de hits, conseguindo muitos #1s e sucesso, mas
acabaram por ter seus trabalhos mais recentes consumidos pelo flop.
Nelly estourou em 2006 com a ajuda de Timbaland,
no smash hit “Say It Right”, cujo refrão não possui um ser na face da terra que
não saiba cantar, e logo em seguida veio “Promiscuous”, outro sucesso
estrondoso. Rapidamente, ela viu seu nome chegar até a elite pop do momento.
Depois de uma pausa de seis anos para se dedicar à família, a irmã gêmea da
Courteney Cox voltou com “The Spirit Indestructible”, seu quinto álbum de
estúdio, que flopou. Mas será que esse flop foi merecido? Nós adiantamos que
não, não foi merecido, veja o porquê na nossa review!
Spirit
Indestructible – Começando nossa jornada, Nelly apresenta o segundo single
e quase-faixa-título do disco, “Spirit Indestructible”. A canção se inicia como
uma linda balada, com a voz de Nelly acompanhada de um órgão (Ou um excêntrico
piano?), mas logo se torna um batidão pesado que dá até para descer até o chão.
Dá pra dançar sim e é um batidão sim, mas isso não significa que a letra seja
ruim, muito pelo contrário, ela é uma das melhores do disco. Como o nome já
indica, é uma música para levantar a autoestima e mostrar que ela tem um
espírito indestrutível. Definitivamente um dos pontos altos do disco. Nota: 10/10
Big Hoops
(Bigger the Better) – E POR FALAR EM BATIDÃO... “Big Hoops” foi a faixa que
abriu os trabalhos do álbum e apresentou uma nova Nelly, mais madura e
experiente. Não é nem de longe uma faixa redondinha e comercial, muito pelo
contrário, é extremamente ousada e arriscada. O batidão todo trabalhado no
hip-hop são ainda mais pesadas que na música anterior e os vocais da cantora
estão propositalmente anasalados (O que torna a canção ainda mais divertida). A
recepção da música não foi muito boa por parte da maioria dos críticos, os
quais diziam que “Big Hoops” não tinha força para ser um single, mas comigo foi
amor à primeira vista e por isso ela é, e sempre foi, a melhor faixa do álbum.
Ousada, surpreendente, imprevisível, divertida e sensacional. É Nelly Furtado
mostrando que não se importa muito com números, quer apenas fazer música que
deseja e foda-se quem não gostar. Como disse a cantora na canção, “Aposto que
você nunca ouviu nada assim”! Nota:
10/10
High Life
– Outra letra impecável, outra produção incrível, outra faixa sensacional.
“High Life” inicia-se com curiosos samples de chicotadas e a voz, agora suave e
delicada, da cantora, até chegar até o refrão, onde a música explode com uma
batida pop + hip-hop deliciosa e vários “la la la la”. Para completar, o rap de
Ace Primo é muito bem-vindo. A letra, como não poderia deixar de ser, é
maravilhosa, falando sobre sua repentina fama e como ela não subiu à cabeça
mesmo sendo catapultada ao status de diva de elite em 2006, te aconselhando a
ter cuidado quando deseja uma vida de fama. Nota: 8.5/10
Parking Lot
– A bagunça viciante de cornetas logo no início já anuncia: “Parking Lot”
começou, afasta o sofá da sala e começa a rebolar, caralho! Tá, essa pode não
ser sua reação quando o terceiro single do “The Spirit Indestructible” começa,
mas que “Parking Lot” é um dos hinos do disco. Com uma letra descontraída sobre
diversão e uma batida urban misturada à cornetas, essa é uma das mais
comerciais do disco. Aqui Nelly arrisca até alguns versos de rap (Lembrando
muito a M.I.A.) e tem até repetições para dar o efeito catchy, que o diga os viciantes “na na na na na leh leh”. Quer mais
uma prova de que a canção é isso tudo o que eu disse? Que tal o fato de ela ter
ganhado um clipe todo frenético e glamoroso (Facilmente um dos melhores de
2012), dirigido por Ray Kay? Nota:
9.0/10
Something
– Diminuindo um pouco o ritmo, “Something”, com o Nas, traz um hip-hop mais
lento e misterioso, com um arranjo de baixos no fundo e a voz de Nelly
extremamente sedutora. Curiosamente, a canção perde um pouco de força no
refrão, que deveria ser o ponto mais alto, mas os versos entre os refrãos e o
rap de Nas são pra lá de incríveis! Nota:
8.0/10
Bucket List
– A sexta faixa do disco é alegre e fofa! Bucket
List seria uma lista de coisas para se fazer antes de morrer. Ao longo da
canção, em meio a um instrumental de batidas animadas e violões deliciosos (E
até alguns “hey”), ela cita as coisas que estão na sua lista e no refrão avisa
que a última coisa dela é um novo primeiro beijo no seu amado (Lindo, né?). E o
que é aquela risadinha no início? Nellynda! Será possível que esse álbum não
tem nenhuma música ruim?! Nota: 8.0/10
The Most Beautiful Thing – Eu precisava abrir a boca… Pois
é, “The Most Beautiful Thing” não chega a ser ruim, inclusive, a letra é um
ponto altíssimo, mas a faixa decepciona no conjunto completo. É uma música
delicada e belíssima, mas cansativa demais. Nota: 5.0/10
Waiting For The Night – ALERTA DE HIT! “Parking
Lot” só não é a mais comercial do álbum por causa de “Waiting For The Night”. A
oitava faixa na tracklist soa como um hit certeiro e seu refrão lembra a fase
“Loose”. Com um potencial evidente, a música foi anunciada como quarto single
do CD e até ganhou um clipe incrível, deixando sua marca como uma das melhores
do registro. Vale ressaltar que aqui Nelly tem sua melhor performance vocal no
álbum. Nota: 7.5/10
Miracles
– Retornando ao clima pacífico e introspectivo de “The Most Beautiful Thing”,
Nelly traz “Miracles”, que consegue bem mais interessante do que a outra faixa
citada. A letra é tão belíssima quanto, mas esta canção não soa cansativa e o
instrumental com violinos no fundo é incrível. Nota: 7.5/10
Circles
– “Circles” é uma das mais curiosas faixas de todo álbum, pois deixa um pouco
de lado os instrumentais mais urban e parte para um synth-pop bem anos 80, com
os vocais de Nelly distorcidos de um modo sexy e cativante. Nota: 7.0/10
Enemy –
A penúltima música do “The Spirit Indestructible” é uma baladinha que não chama
muita atenção no conjunto todo, pois, assim como “The Most Beautiful Thing”, a
letra é o que mais se destaca (A única coisa que se destaca mesmo). Nota: 6.0/10
Believers
(Arab Spring) – A canção que fecha o álbum é uma balada rock que poderia
ter entrado no último álbum da Marina and the Diamonds, “Froot”. Agora sim a
faixa com a melhor composição de todo álbum. “Believers” é politizada e
tocante, falando sobre pessoas que se dizem crentes, mas se escondem nos
momentos de provar sua fé. Um ótimo modo de se despedir de um ótimo disco. Nota: 7.0/10
Resumo
geral: Ao contrário de “Loose”, que, apesar de ser incrível, soava bem
enlatado e comercial demais, “The Spirit Indestructible” não é repleto de hits
e músicas clichês, mas sim de canções que a cantora teve liberdade para fazer,
não é à toa que ela assina todas as composições e até algumas produções. Seu
quinto disco mostra um amadurecimento incrível e é um trabalho que resume em
síntese quem ela é, por isso já se tornou o melhor de sua carreira.
Concordo! Principalmente em "Big Hoops".
ResponderExcluirÁlbum super injustiçado, mas quem sabe daqui a alguns anos não dizem que ele estava "muito a frente do seu tempo" como fizeram com "Bionic" da Christina... :D