sexta-feira, 10 de abril de 2015

REVIEW: Fifth Harmony - Reflection




Quando lançaram o EP “Better Together” em 2013, as garotas do Fifth Harmony conseguiram uma leva de fãs e rapidamente se tornaram mais uma daquelas febres teens. A data de estreia do primeiro disco das garotas sofreu uma série de mudanças até fixar em 3 de fevereiro. A data chegou, o álbum chegou e nós já temos nossa impressão sobre ele.

Top Down – Abrindo o registro, temos “Top Down”, faixa que consegue captar bem a essência do álbum. É urban, radiofônica e chiclete. Esqueça a qualidade da letra, aqui as garotas só querem andar por aí arrasando com a capota do carro abaixada e você também pode se divertir. A melodia é tão cativante que dá pra desligar o cérebro e seguir o flow da música sem se importar se ela é, essencialmente, uma faixa bem genérica. Nota: 7.0/10

Boss – Cheio de referências pop, o primeiro single do material vem para mostrar um pouco do poder feminino das garotas. E na verdade a canção gira em torno das cinco mostrando que são as bosses em uma letra sem muitos atrativos. No fim, a canção é repetitiva e chata e, com certeza, não merecia ser o carro-chefe do “Reflection”. Nota: 5.5/10

Sledgehammer – Apesar de o urban e R&B funcionar muito bem no álbum, é quando elas fogem um pouco deles que temos o ápice do disco. “Sledgehammer” é um electro-pop sintetizado dançante e chiclete, bem mais cativante que as duas canções anteriores. O segundo single do disco representa o maior acerto da carreira das garotas. Nota: 9.5/10

Worth It – Uma das canções mais irritantes do disco, com um saxofone que enjoa muito facilmente, além de uma parceria inútil de Kid Ink. Na verdade “Worth It” soa como qualquer coisa que você ouviu em 2014 e parece mais uma versão feminina – sem a letra medíocre – de “Talk Dirty”, do Jason Derulo. Nota: 4.0/10

This Is How We Roll – A faixa começa com um refrão gostosinho e um violão no fundo, mas depois de 30 segundos, a música muda completamente e parece se tornar algo do útimo disco do Will.I.Am (Basicamente uma “Scream & Shout” 2.0), o que não é ruim, na verdade. “This Is How We Roll” soa extremamente desconexa do restante do álbum, mas não é nem de longe uma faixa ruim. A letra segue o mesmo estilo básico de “Top Down” sobre festejar, mas esta aqui parece que foi feita sob encomenda para as baladas e você não procura filosofias de vida em uma música para dançar, certo? Nota: 6.5/10

Everlasting Love – Bem menos genérica que as faixas anteriores (Com exceção de “Sledgehammer”), “Everlasting Love” começa a mudar o rumo do álbum. A faixa, um dos destaques do disco, é um R&B delicioso que parece ter sido gravado nas proximidades dos anos 2000. Lembra uma mistura de “What’s My Name” da Rihanna com algo que Mariah Carey ou até mesmo Ariana Grande tenham feito. Nota: 7.5/10

Like Mariah – E por falar em Mariah Carey, a sétima faixa é uma homenagem à ela, como o nome já deixa explícito, contando até com samples de “Always Be My Baby”. O clima de R&B do começo dos anos 2000 ainda está presente e a participação de Tyga, apesar de dispensável, não tira o brilho da faixa. Outro destaque do álbum. Nota: 8.0/10

Them Girls Be Like – Recheada de referências ao mundo adolescente, como selfies, instagram e até uma citação de Beyoncé (“Hashtag i woke up like this too”), “Them Girls Be Like” é fraca, muito fraca. O refrão é fraco e a música é muito linear, nunca explode, apesar de ter um instrumental interessante. Bem dispensável. Nota: 5.0/10

Reflection – Finalmente chegamos à faixa-título do trabalho e ela é animadora. O poder feminino exala forte aqui, em uma das melhores letras de todo o álbum (Tirando as desnecessárias referências ao instagram novamente). “Reflection” é um R&B digno de Beyoncé com um refrão genial, onde, com o objetivo de autovalorizar-se, Normani faz uma série de elogios para quem parecia seria um garoto, mas no final é tudo para o reflexo dela mesma no espelho (Genial!). Nota: 8.5/10

Suga Mama – O R&B nostálgico está de volta em “Suga Mama”, mas com um toque de modernidade (Presente no flerte com o trap). É uma faixa muito agradável de se ouvir. Nota: 7.5/10

We Know – Desacelerando o ritmo do álbum, “We Know” chega com um instrumental minimalista para dar mais destaque às vozes delas, mas parece que só serve para preencher o espaço de “balada” do álbum (O que na verdade ela não é). Nota: 5.5/10

Going Nowhere – Mais uma faixa agradável à la “Suga Mama”, mas que – com o perdão do trocadilho – não chega a lugar nenhum. Nota: 5.0/10

Body Rock – Farofou de vez agora! Se você pensou que “This Is How We Roll” era a única música will.i.âmica do álbum, pense novamente. “Body Rock” é farofa assumida, com uma letra bobinha e um instrumental que poderia ser facilmente algo produzido por Calvin Harris, mas sem o elemento cativante que “This Is...” possui. Ainda estamos nos perguntando o que esta faixa está fazendo neste álbum. Nota: 5.5/10

Brave Honest Beautiful – Meghan Trainor, que até agora só havia participado nas composições das faixas, resolveu botar a cara no sol e soltar a voz. Em “Brave Honest Beautiful”, as garotas voltam a citar Beyoncé, mas agora também citam Madonna, Shakira e Rihanna, em uma música de auto aceitação. A letra é bonitinha e o clima pop meio caribenho da faixa é muito gostoso. Onde estavam na cabeça quando colocaram essa faixa na versão deluxe manas? Ainda dá tempo de tirar “Worth It” e colocar essa? Nota: 8.5/10

Resumo geral: A impressão que fica quando terminamos de ouvir o “Reflection” é que ele é uma mistura de tudo o que é pop com um toque de poder feminino. Elas são garotas com potencial, isso não há como negar, mas o álbum de estreia não reflete isso muito bem. O que mais parece é que o “Fifth Harmony” é um produto criado pela indústria pop, com faixas chiclete prontas para serem hits, mas não mais que isso. “Reflection” é um trabalho superficial, a prova disso é que nenhuma faixa é assinada por alguém do grupo. Pegando como comparação outro grupo feminino famoso, o Little Mix, podemos ver que seu álbum de estreia, “Salute”, é impecável, e é claramente perceptível que as quatro integrantes participaram ativamente do processo, o que não aconteceu no disco do 5H, já que as cinco garotas apenas emprestam as vozes para as canções. Lauren, Normani, Ally, Camilla e Dinah possuem talento e atitude, e querem mostrar isso ao mundo, mostrar que são garotas poderosas, mas voltando a comparar com Little Mix, cujo álbum também possuí uma faixa-título que fala sobre pode feminino, a faixa “Reflection”, por exemplo, não tem o mesmo poder de algo como “Salute”. O que falta realmente é mais aproveitamento das garotas. Há momentos inspirados, como em “Like Mariah”, “Everlasting Love” e a própria “Reflection”, mas o resultado está longe do que elas podem oferecer. No geral, “Reflection” é um álbum divertido, mas não digno do potencial das garotas.
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