Quando lançaram o EP “Better Together” em 2013, as
garotas do Fifth Harmony conseguiram uma leva de fãs e rapidamente se tornaram
mais uma daquelas febres teens. A
data de estreia do primeiro disco das garotas sofreu uma série de mudanças até fixar
em 3 de fevereiro. A data chegou, o álbum chegou e nós já temos nossa impressão
sobre ele.
Top Down
– Abrindo o registro, temos “Top Down”, faixa que consegue captar bem a
essência do álbum. É urban, radiofônica e chiclete. Esqueça a qualidade da letra,
aqui as garotas só querem andar por aí arrasando com a capota do carro abaixada
e você também pode se divertir. A melodia é tão cativante que dá pra desligar o
cérebro e seguir o flow da música sem
se importar se ela é, essencialmente, uma faixa bem genérica. Nota: 7.0/10
Boss – Cheio
de referências pop, o primeiro single do material vem para mostrar um pouco do
poder feminino das garotas. E na verdade a canção gira em torno das cinco
mostrando que são as bosses em uma
letra sem muitos atrativos. No fim, a
canção é repetitiva e chata e, com certeza, não merecia ser o carro-chefe do
“Reflection”. Nota: 5.5/10
Sledgehammer
– Apesar de o urban e R&B funcionar muito bem no álbum, é quando elas fogem
um pouco deles que temos o ápice do disco. “Sledgehammer” é um electro-pop
sintetizado dançante e chiclete, bem mais cativante que as duas canções
anteriores. O segundo single do disco representa o maior acerto da carreira das
garotas. Nota: 9.5/10
Worth It
– Uma das canções mais irritantes do disco, com um saxofone que enjoa muito
facilmente, além de uma parceria inútil de Kid Ink. Na verdade “Worth It” soa
como qualquer coisa que você ouviu em 2014 e parece mais uma versão feminina –
sem a letra medíocre – de “Talk Dirty”, do Jason Derulo. Nota: 4.0/10
This Is How
We Roll – A faixa começa com um refrão gostosinho e um violão no fundo, mas
depois de 30 segundos, a música muda completamente e parece se tornar algo do
útimo disco do Will.I.Am (Basicamente uma “Scream & Shout” 2.0), o que não
é ruim, na verdade. “This Is How We Roll” soa extremamente desconexa do
restante do álbum, mas não é nem de longe uma faixa ruim. A letra segue o mesmo
estilo básico de “Top Down” sobre festejar, mas esta aqui parece que foi feita
sob encomenda para as baladas e você não procura filosofias de vida em uma
música para dançar, certo? Nota: 6.5/10
Everlasting
Love – Bem menos genérica que as faixas anteriores (Com exceção de
“Sledgehammer”), “Everlasting Love” começa a mudar o rumo do álbum. A faixa, um
dos destaques do disco, é um R&B delicioso que parece ter sido gravado nas
proximidades dos anos 2000. Lembra uma mistura de “What’s My Name” da Rihanna
com algo que Mariah Carey ou até mesmo Ariana Grande tenham feito. Nota: 7.5/10
Like Mariah
– E por falar em Mariah Carey, a sétima faixa é uma homenagem à ela, como o
nome já deixa explícito, contando até com samples de “Always Be My Baby”. O
clima de R&B do começo dos anos 2000 ainda está presente e a participação
de Tyga, apesar de dispensável, não tira o brilho da faixa. Outro destaque do
álbum. Nota: 8.0/10
Them Girls
Be Like – Recheada de referências ao mundo adolescente, como selfies,
instagram e até uma citação de Beyoncé (“Hashtag
i woke up like this too”), “Them Girls Be Like” é fraca, muito fraca. O
refrão é fraco e a música é muito linear, nunca explode, apesar de ter um
instrumental interessante. Bem dispensável. Nota: 5.0/10
Reflection
– Finalmente chegamos à faixa-título do trabalho e ela é animadora. O poder
feminino exala forte aqui, em uma das melhores letras de todo o álbum (Tirando
as desnecessárias referências ao instagram novamente). “Reflection” é um
R&B digno de Beyoncé com um refrão genial, onde, com o objetivo de
autovalorizar-se, Normani faz uma série de elogios para quem parecia seria um
garoto, mas no final é tudo para o reflexo dela mesma no espelho (Genial!). Nota: 8.5/10
Suga Mama
– O R&B nostálgico está de volta em “Suga Mama”, mas com um toque de
modernidade (Presente no flerte com o trap). É uma faixa muito agradável de se
ouvir. Nota: 7.5/10
We Know
– Desacelerando o ritmo do álbum, “We Know” chega com um instrumental
minimalista para dar mais destaque às vozes delas, mas parece que só serve para
preencher o espaço de “balada” do álbum (O que na verdade ela não é). Nota: 5.5/10
Going
Nowhere – Mais uma faixa agradável à la “Suga Mama”, mas que – com o perdão
do trocadilho – não chega a lugar nenhum. Nota:
5.0/10
Body Rock
– Farofou de vez agora! Se você pensou que “This Is How We Roll” era a única
música will.i.âmica do álbum, pense
novamente. “Body Rock” é farofa assumida, com uma letra bobinha e um
instrumental que poderia ser facilmente algo produzido por Calvin Harris, mas
sem o elemento cativante que “This Is...” possui. Ainda estamos nos perguntando
o que esta faixa está fazendo neste álbum. Nota:
5.5/10
Brave
Honest Beautiful – Meghan Trainor, que até agora só havia participado nas
composições das faixas, resolveu botar a cara no sol e soltar a voz. Em “Brave
Honest Beautiful”, as garotas voltam a citar Beyoncé, mas agora também citam
Madonna, Shakira e Rihanna, em uma música de auto aceitação. A letra é
bonitinha e o clima pop meio caribenho da faixa é muito gostoso. Onde estavam
na cabeça quando colocaram essa faixa na versão deluxe manas? Ainda dá tempo de
tirar “Worth It” e colocar essa? Nota:
8.5/10
Resumo
geral: A impressão que fica quando terminamos de ouvir o “Reflection” é que
ele é uma mistura de tudo o que é pop com um toque de poder feminino. Elas são
garotas com potencial, isso não há como negar, mas o álbum de estreia não
reflete isso muito bem. O que mais parece é que o “Fifth Harmony” é um produto
criado pela indústria pop, com faixas chiclete prontas para serem hits, mas não
mais que isso. “Reflection” é um trabalho superficial, a prova disso é que
nenhuma faixa é assinada por alguém do grupo. Pegando como comparação outro
grupo feminino famoso, o Little Mix, podemos ver que seu álbum de estreia, “Salute”,
é impecável, e é claramente perceptível que as quatro integrantes participaram
ativamente do processo, o que não aconteceu no disco do 5H, já que as cinco
garotas apenas emprestam as vozes para as canções. Lauren, Normani, Ally,
Camilla e Dinah possuem talento e atitude, e querem mostrar isso ao mundo,
mostrar que são garotas poderosas, mas voltando a comparar com Little Mix, cujo
álbum também possuí uma faixa-título que fala sobre pode feminino, a faixa
“Reflection”, por exemplo, não tem o mesmo poder de algo como “Salute”. O que
falta realmente é mais aproveitamento das garotas. Há momentos inspirados, como
em “Like Mariah”, “Everlasting Love” e a própria “Reflection”, mas o resultado está longe
do que elas podem oferecer. No geral, “Reflection” é um álbum divertido, mas
não digno do potencial das garotas.
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