domingo, 12 de abril de 2015

REVIEW: Iggy Azalea - The New Classic




Desde que se lançou no mundo da música com sua mixtape “Ignorant Art”, Iggy Azalea se mostrou com um nome forte no hip-hop. Com um flow bem interessante e versos ágeis em suas canções, ela ficou algum tempo escondida no underground até lançar seu single de estreia no mercado, a magnífica “Work”. Depois disso, Iggy ganhou os charts e o mundo com o smash hit “Fancy”, o que tornou o seu disco um dos mais esperados do ano. As expectativas eram altas, já que todos os singles lançados antes do álbum foram aclamados, mas será que o disco conseguiu manter o nível?

Walk the Line – Iniciando o álbum com o pé direito, Iggy traz uma letra sincera e autobiográfica, falando sobre como ela conseguiu chegar até onde está e que fez tudo sozinha com versos agressivos, rimas ágeis e um melancólico refrão cantado. O instrumental sombrio e pesado dá o último toque à faixa, um dos destaques do álbum. Nota: 8.0/10

Don’t Need Y’all – Mantendo a mesma proposta pessoal e a autobiográfica, “Don’t Need Y’all” fala sobre o início da carreira, quando quase ninguém acreditava no potencial da rapper, e a falsidade de quem a julgou sem talento e agora age como tivesse ajudado. Tudo isso em um instrumental menos pesado e um clima menos agressivo que o da faixa anterior, mas não surpreende. Nota: 6.0/10

100 – Animando o clima do disco, a terceira faixa chega para mostrar que Iggy não é uma garota como as outras. Entre os refrãos poderosos na voz do vocalista do grupo Watch The Duck e sobre um instrumental com violões distorcidos e uma batida hip-hop/trap deliciosa, a rapper entoa seus versos egocêntricos. Definitivamente um dos pontos altos do álbum e merecia ser single. Nota: 8.5/10

Change Your Life – Em “Change Your Life” Iggy traz algo mais pop que as músicas anteriores. Com um refrão meio chiclete, uma batida dubstéptica e versos sensuais, ela mostra seu poder, dizendo que vai mudar a vida do seu amado. Nota: 6.5/10

Fancy – Alerta de hino! “Fancy” foi a faixa responsável por levar Iggy e Charli XCX aos holofotes. O refrão na voz de XCX é mais grudento que chiclete no cabelo e os versos da rapper são bem divertidos e não tão difíceis de decorar. Para completar o pacote, a faixa ainda ganhou um clipe sensacional. Hino, sim ou claro? Nota: 8.0/10

New Bitch – Mostrando novamente que ela é a melhor, Iggy manda um recadinho para as ex-namorados do seu atual parceiro, chamando-as de invejosas por causa do dinheiro do cara. Uma das piores faixas, Azalea deixa de parecer aquela mulher forte das outras canções e aqui mais parece uma interesseira brigando por um homem, sem falar que o próprio instrumental sem atrativos da música não chama atenção. Que morte horrível. Nota: 4.0/10

Work – Quando a rapper começa a entoar os versos de “Work”, até esquecemos a cagada que ela deu na faixa anterior. O single de estreia da loira é simplesmente destruidor. Novamente falando sobre seu caminho até a fama, como em “Walk The Line”, mas em um instrumental mais dançante e tão grandioso quanto, ela constrói uma faixa poderosa e madura. A música responsável por iniciar de verdade a carreira da rapper é também a melhor do disco. Épica. Nota: 9.5/10

Impossible Is Nothing – Diminuindo o ritmo do álbum, “Impossible Is Nothing” é uma canção de auto ajuda. Na letra, Iggy diz para nunca desistir e continuar segurando firme. É bem simples, não se destaca muito no álbum, até soando como uma filler, mas não chega a ser um erro. Nota: 5.5/10

Goddess – A nona faixa do registro é grandiosa em todos os sentidos. Além do instrumental cheio de influências tribais – com direito até a um solo de guitarra no fim –, a letra é egocêntrica do jeito que Iggy sempre foi, mas aqui ela vai mais longe e se intitula uma deusa, mandando até mesmo você reverenciá-la. O poder da canção já fica impresso no título, mas é necessário escutar para saber do que estou falando. Nota: 8.0/10

Black Widow – Pera, começou Dark Horse? Não, mas a semelhança do quinto single do álbum com o hit de Katy Perry não é mera coincidência, já que a californiana é uma das compositoras de “Black Widow”. Trazendo Rita Ora para dar um toque especial à faixa com seu refrão crescente e potente, Iggy trouxe uma canção pop sem deixar o hip-hop de lado. Grande acerto. Nota: 7.0/10

Lady Patra – Trazendo um instrumental diferenciado, que eu chamei de reggae-hop, “Lady Patra” é uma canção muito gostosa de se ouvir e ainda traz a participação de Mavado, que dá o toque final de reggae à canção. O rap de verdade fica por conta de Iggy, que canta seus versos e o ótimo refrão com descontração. Nota: 6.5/10

Fuck Love – O egocentrismo aqui atinge níveis mais altos, e Iggy chega a afirmar que está apaixonada por si mesma, recusando todo o amor do mundo e aceitando apenas diamantes. A batida frenética é uma das mais dançantes do disco (Toque essa música e veja todo mundo enlouquecer) e faz com que “Fuck Love” se torne uma canção potente. Nota: 7.0/10

Bounce – Continuando no clima de ralar a xoxota no chão, “Bounce” é um hino para as pistas e também o segundo single do material. A letra nada mais faz do que incentivar você a pular, balançar e tremer o bumbum. Alguns efeitos da música incluem euforia, pezinhos mexendo e gritos do tipo “essa é a minha música”, se você não sentiu nenhum desses, é melhor procurar um médico. Nota: 7.5/10

Rolex – A letra é bem interessante, mas fora isso, é a canção mais fraca do álbum. É muito monótona e não explode nunca, não vai a lugar nenhum. Nota: 3.0/10

Just Askin – Para rappers mainstream, às vezes é bom tentar algo mais pop que o normal, não? Se Nicki Minaj tinha “Super Bass” em seu “Pink Friday”, Iggy Azalea tem “Just Askin”. A canção que fecha a versão estendida do álbum é bem divertida e redondinha. Não é um dos pontos altos do disco, mas também não chega a ser uma “Rolex”. Nota: 6.0/10

Resumo geral: Com o “The New Classic”, Iggy Azalea se mostrou uma rapper competente e um fenômeno pop poderosíssimo. O álbum não está nem perto de ser um novo clássico, como o nome pretende, mas conseguiu seu espaço em destaque no ano passado e deu à rapper seu lugar ao sol. Cheio de faixas pop extremamente radiofônicas que dividem espaço com produções mais pessoais, sempre recheadas com o poder e a confiança da australiana, “The New Classic” tem seus erros e acertos. Na balança, os pontos positivos sobressaem.

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