Desde que se lançou no mundo da música com sua
mixtape “Ignorant Art”, Iggy Azalea se mostrou com um nome forte no hip-hop. Com
um flow bem interessante e versos ágeis em suas canções, ela ficou algum tempo
escondida no underground até lançar seu single de estreia no mercado, a
magnífica “Work”. Depois disso, Iggy ganhou os charts e o mundo com o smash hit
“Fancy”, o que tornou o seu disco um dos mais esperados do ano. As expectativas
eram altas, já que todos os singles lançados antes do álbum foram aclamados,
mas será que o disco conseguiu manter o nível?
Walk the
Line – Iniciando o álbum com o pé direito, Iggy traz uma letra sincera e
autobiográfica, falando sobre como ela conseguiu chegar até onde está e que fez
tudo sozinha com versos agressivos, rimas ágeis e um melancólico refrão
cantado. O instrumental sombrio e pesado dá o último toque à faixa, um dos
destaques do álbum. Nota: 8.0/10
Don’t Need
Y’all – Mantendo a mesma proposta pessoal e a autobiográfica, “Don’t Need
Y’all” fala sobre o início da carreira, quando quase ninguém acreditava no
potencial da rapper, e a falsidade de quem a julgou sem talento e agora age
como tivesse ajudado. Tudo isso em um instrumental menos pesado e um clima
menos agressivo que o da faixa anterior, mas não surpreende. Nota: 6.0/10
100 – Animando
o clima do disco, a terceira faixa chega para mostrar que Iggy não é uma garota
como as outras. Entre os refrãos poderosos na voz do vocalista do grupo Watch
The Duck e sobre um instrumental com violões distorcidos e uma batida
hip-hop/trap deliciosa, a rapper entoa seus versos egocêntricos.
Definitivamente um dos pontos altos do álbum e merecia ser single. Nota: 8.5/10
Change Your
Life – Em “Change Your Life” Iggy traz algo mais pop que as músicas
anteriores. Com um refrão meio chiclete, uma batida dubstéptica e versos sensuais, ela mostra seu poder, dizendo que
vai mudar a vida do seu amado. Nota: 6.5/10
Fancy –
Alerta de hino! “Fancy” foi a faixa responsável por levar Iggy e Charli XCX aos
holofotes. O refrão na voz de XCX é mais grudento que chiclete no cabelo e os
versos da rapper são bem divertidos e não tão difíceis de decorar. Para
completar o pacote, a faixa ainda ganhou um clipe sensacional. Hino, sim ou
claro? Nota: 8.0/10
New Bitch
– Mostrando novamente que ela é a melhor, Iggy manda um recadinho para as
ex-namorados do seu atual parceiro, chamando-as de invejosas por causa do
dinheiro do cara. Uma das piores faixas, Azalea deixa de parecer aquela mulher
forte das outras canções e aqui mais parece uma interesseira brigando por um
homem, sem falar que o próprio instrumental sem atrativos da música não chama
atenção. Que morte horrível. Nota:
4.0/10
Work –
Quando a rapper começa a entoar os versos de “Work”, até esquecemos a cagada
que ela deu na faixa anterior. O single de estreia da loira é simplesmente
destruidor. Novamente falando sobre seu caminho até a fama, como em “Walk The
Line”, mas em um instrumental mais dançante e tão grandioso quanto, ela
constrói uma faixa poderosa e madura. A música responsável por iniciar de
verdade a carreira da rapper é também a melhor do disco. Épica. Nota: 9.5/10
Impossible
Is Nothing – Diminuindo o ritmo do álbum, “Impossible Is Nothing” é uma
canção de auto ajuda. Na letra, Iggy diz para nunca desistir e continuar
segurando firme. É bem simples, não se destaca muito no álbum, até soando como
uma filler, mas não chega a ser um
erro. Nota: 5.5/10
Goddess
– A nona faixa do registro é grandiosa em todos os sentidos. Além do
instrumental cheio de influências tribais – com direito até a um solo de
guitarra no fim –, a letra é egocêntrica do jeito que Iggy sempre foi, mas aqui
ela vai mais longe e se intitula uma deusa, mandando até mesmo você
reverenciá-la. O poder da canção já fica impresso no título, mas é necessário
escutar para saber do que estou falando. Nota:
8.0/10
Black Widow
– Pera, começou Dark Horse? Não, mas a semelhança do quinto single do álbum com
o hit de Katy Perry não é mera coincidência, já que a californiana é uma das
compositoras de “Black Widow”. Trazendo Rita Ora para dar um toque especial à
faixa com seu refrão crescente e potente, Iggy trouxe uma canção pop sem deixar
o hip-hop de lado. Grande acerto. Nota:
7.0/10
Lady Patra
– Trazendo um instrumental diferenciado, que eu chamei de reggae-hop, “Lady
Patra” é uma canção muito gostosa de se ouvir e ainda traz a participação de
Mavado, que dá o toque final de reggae à canção. O rap de verdade fica por
conta de Iggy, que canta seus versos e o ótimo refrão com descontração. Nota: 6.5/10
Fuck Love
– O egocentrismo aqui atinge níveis mais altos, e Iggy chega a afirmar que está
apaixonada por si mesma, recusando todo o amor do mundo e aceitando apenas
diamantes. A batida frenética é uma das mais dançantes do disco (Toque essa
música e veja todo mundo enlouquecer) e faz com que “Fuck Love” se torne uma
canção potente. Nota: 7.0/10
Bounce
– Continuando no clima de ralar a xoxota no chão, “Bounce” é um hino para as
pistas e também o segundo single do material. A letra nada mais faz do que
incentivar você a pular, balançar e tremer o bumbum. Alguns efeitos da música
incluem euforia, pezinhos mexendo e gritos do tipo “essa é a minha música”, se
você não sentiu nenhum desses, é melhor procurar um médico. Nota: 7.5/10
Rolex –
A letra é bem interessante, mas fora isso, é a canção mais fraca do álbum. É
muito monótona e não explode nunca, não vai a lugar nenhum. Nota: 3.0/10
Just Askin
– Para rappers mainstream, às vezes é bom tentar algo mais pop que o normal,
não? Se Nicki Minaj tinha “Super Bass” em seu “Pink Friday”, Iggy Azalea tem
“Just Askin”. A canção que fecha a versão estendida do álbum é bem divertida e
redondinha. Não é um dos pontos altos do disco, mas também não chega a ser uma
“Rolex”. Nota: 6.0/10
Resumo
geral: Com o “The New Classic”, Iggy Azalea se mostrou uma rapper
competente e um fenômeno pop poderosíssimo. O álbum não está nem perto de ser
um novo clássico, como o nome pretende, mas conseguiu seu espaço em destaque no
ano passado e deu à rapper seu lugar ao sol. Cheio de faixas pop extremamente
radiofônicas que dividem espaço com produções mais pessoais, sempre recheadas
com o poder e a confiança da australiana, “The New Classic” tem seus erros e
acertos. Na balança, os pontos positivos sobressaem.
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