sábado, 21 de março de 2015

Você teria um minuto para ouvir a palavra de G-Eazy?






É notável que o hip-hop sofreu uma pequena mudança em 2013, quando Macklemore & Ryan Lewis caíram no mainstream com o smash hit “Thrift Shop”, mostrando que saber fazer rap não é questão de etnia, como já provava Eminem há muitos anos, e apesar de a vitória do “The Heist” (Álbum da dupla) sobre o “good kid, m.A.A.d city” do Kendrick Lamar ainda soar injusta, mas explicável, pois o Grammy trabalha mais com quantidade do que qualidade, Macklemore & Ryan Lewis tinham um dos álbuns mais poderosos do hip-hop naquele ano.

Em 2014, o fenômeno de “embranquecimento” do hip-hop chegou a um nível maior quando Iggy Azalea foi catapultada ao público com o single “Fancy”, que na verdade pende mais para pop do que propriamente hip-hop.

G-Eazy está nesse meio de artistas brancos no hip-hop e sua carreira ainda em ascensão já nos provou que ele não é nada parecido com a maioria dos outros rappers mainstream, brancos ou negros, que conhecemos, ele não é um artista pop.

Ele prefere falar sobre assuntos maduros, como na filosófica “Opportunity Cost”, a cantar sobre bundas e drogas. Sim, ele canta sobre esses temas, mas com uma intensidade muito menor que rappers como Machine Gun Kelly ou Flo Rida. Claro, G-Eazy não é nenhum Kendrick Lamar, mas carrega em suas letras um estilo sério parecido.

Muito comparado à Drake, seja pela voz ou estilo, ele lançou seu primeiro álbum em 2014, retirando de lá sete (!) incríveis singles, como a debochada “I Mean It”. Aqui não há refrões pegajosos e participações de cantores famosos cantando esses refrões. “These Things Happen” não é bem um álbum comercial.


O último single extraído do álbum até agora foi a entorpecente “Tumblr Girls”. Na letra, G-Eazy narra um relacionamento de uma noite por uma garota superficial, típica de redes sociais, de acordo com ele, que posta fotos se mostrando poderosa e badass, quando na verdade é uma rainha do drama. Sério, eu não faço ideia de como são os efeitos das drogas, mas deve ser algo parecido com o efeito que essa música causa.


Ainda entre as minhas favoritas no “These Things Happen”, apresento-lhes “Far Alone” e “Lotta That”. A primeira tem um instrumental melódico e uma letra sobre ele ter chegado até onde está sem que quase ninguém acreditasse em seu potencial, algo como o que Iggy Azalea fez em “Work” e “Walk The Line”. Já a segunda é uma alucinante trap-gangsta, com participação especial do A$AP Ferg e um instrumental pesado, daquelas para se sentir um gangster v1d4l0k4.



Infelizmente fora do álbum ainda há músicas maravilhosas que mereciam o devido reconhecimento que os singles tiveram, como a maravilhosa – e minha favorita ao lado de Tumblr Girls e Lotta That – “I Don’t Believe You”, que possui um dos poucos refrões que podem ser considerados pegajosos, com a repetição da frase “bitch, i don’t believe you”. O instrumental é energético, o refrão é daqueles para se pegar cantando às vezes e o jeito despretensioso com que G-Eazy entoa seus versos, com uma voz fina em algumas palavras é um charme nesta injustiçada faixa, lançada apenas como single promocional antes do álbum.



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