sexta-feira, 24 de abril de 2015

REVIEW: Miley Cyrus - Bangerz




Se tem uma artista cuja carreira pode ser dividida em um antes e depois bem evidente, essa artista é Miley Cyrus. Passando muito tempo da vida com uma imagem de inocente garota da Disney que fazia Hannah Montana (Que nos rendeu o hino “Party In The USA”), ela resolveu se libertar do personagem e já dava indícios disso com os clipes de “Can’t Be Tamed” e “Who Owns My Heart”. Foi em 2013, no entanto, que a transformação terminou. Miley deixou o cabelo bem curto e loiro e começou a ser vidaloka. Algum tempo depois, veio o primeiro single da nova era, “We Can’t Stop”, com um clipe onde a cantora aparece rebolando o popozão e farreando com os amigos de um jeito que nunca havia feito. A coisa ficou ainda mais polêmica com o segundo clipe/single, a destruidora (rs) “Wrecking Ball”, cujo clipe trazia Miley lambendo uma marreta e destruindo tudo em cima uma bola de demolição, totalmente nua. Rapidamente ela se tornou um dos nomes mais populares de 2013 e lançou seu novo álbum, que apresentou sua transformação definitivamente.

Adore You – A faixa que abre o disco é uma balada com uma ótima letra e uma maravilhosa performance vocal de Miley, que não sabe apenas rebolar sua bunda (Como já provou antes de sua fase v1d4l0k4 e agora reforça). A escolha dessa música para single foi a mais errada possível, é verdade, mas “Adore You” não deixa de ser uma bela faixa por isso. Nota: 6.5/10

We Can’t Stop – A segundo canção do disco e também primeiro single da nova era foi um grande tapa na cara dos fãs mais antigos da cantora. Miley não era a mesma, agora ela havia se encontrado e resolveu mostrar quem era ela de verdade, uma garota que rebola, gosta de ficar festejar till the world ends. “We Can’t Stop” soa como a cantora se libertando de alguém que não era ela mesma. Musicalmente falando, o single foi difícil de digerir à primeira ouvida, mas algum tempo depois virou o vício de todo mundo, até porque...  Smash hit, né mores? Nota: 8.0/10

SMS (Bangerz) – A primeira parceria do álbum e também a mais esperada, em “Bangerz”, Miley traz Britney Spears em uma faixa incrivelmente dançante. Aqui, a ex-Hannah Montana arrisca até mesmo um rap, que dá mais do que certo. O instrumental é outro destaque, com uma frenética mistura de hip-hop e electro-pop raladora de bumbuns no chão que lembra o hit “Push It”, do trio Salt-n-Pepa. Miley brilha tanto que a princesinha do pop acaba sendo totalmente ofuscada. “Bangerz” está definitivamente entre os pontos altos do disco, e seria ainda melhor se a participação da Srta. Spears fosse cortada. Nota: 8.5/10

4x4 – Continuando no clima animado e descontraído da faixa anterior, “4x4” chega pra deixar todo mundo com a cara na poeira. É uma mistura de pop e country! Você já imaginou uma versão safada e ainda mais dançante do hino country dos tempos de Hannah Montana “Hoedown Throwdown”? “4x4” é isso. Melhor parte: “It's 12 o'clock and I don't want to party/My big boyfriend and my big truck hobby/A little bit of dirt never hurt nobody/Now I got dirt all over my body”. Nota: 9.0/10

My Darlin’ – Acalmando os nervos novamente, “My Darlin’” segue o estilo de “Adore You” e traz uma balada urban sobre amor, mas em um instrumental mais comercial e pop e com direito até a rap da Miley novamente. Future é bem dispensável, mas a música é muito boa. Nota: 7.5/10

Wrecking Ball – As definições de smash hit foram atualizadas! “We Can’t Stop” foi um grande sucesso e um marco na carreira de Miley, mas não tanto quanto “Wrecking Ball”. A música é uma power-ballad intensa e poderosa, tanto é que se tornou um mega-ultra-hiper-blaster smash hit mais que merecido, com direito a clipe icônico e tudo mais. Uma das grandes canções desta década, sem dúvidas! Nota: 10/10

Love Money Party – A vidalokagem está de volta! “Love Money Party” é a faixa mais urban do disco, com um instrumental trap e uma letra sobre dinheiro, amor e festa, como o nome já deixa explícito (rs). Seria uma boa aposta para single. Bundas pra cima e que comece o twerk! Nota: 7.5/10

Get It Right – “Get It Right” tem cara de hit do verão desde os primeiros segundos, com um instrumental com uma guitarra tropical e assobios, é uma faixa deliciosa, mas não um dos pontos altos do álbum. Nota: 6.0/10

Drive – Mais uma balada do álbum, “Drive” é um pouco mais eletrônica que “Adore You” e “My Darlin’”, trazendo um leve trap/dubstep em seu instrumental, que contrasta com a bela letra. Uma canção interessante. Nota: 7.0/10

FU – “Curiosa”, é a palavra perfeito para definir a décima faixa do material. “FU” tem um clima meio noir burlesco com uns toques de dubstep, uma letra maravilhosamente agressiva (“Eu tenho duas letras para você, uma delas é F e a outra é U”) e uma performance vocal poderosíssima, talvez a melhor do álbum. Definitivamente uma grande faixa! Nota: 7.5/10

Do My Thang – SEGURA ESSE TIRO DE BAZUCA! Mandando um recadinho pras inimigas, Miley traz em “Do My Thang” o que nós esperávamos desde que anunciou “We Can’t Stop”, uma canção hip-hop com versos à la Nicki Minaj e um instrumental trap extremamente twerkante. Nós já havíamos visto coisa parecida em “Love Money Party”, mas aqui o nível é outro. “Do My Thang” tem refrão chiclete, letra provocante e rap fodão da cantora, uma aposta certeira para single e um dos maiores ápices do disco. Nota: 10/10

Maybe You’re Right – Não é justo para nenhuma faixa ficar depois da destruição de “Do My Thang”, mas “Maybe You’re Right” não funciona de jeito nenhum. Mais uma balada para a coleção de Miley, mas sem o chame de nenhuma das outras (Nem de “Adore You”, que já é fraquinha). Passo. Nota: 4.5/10

Someone Else – Who Owns My Heart 2.0? Fechando a versão comum do “Bangerz”, Miley traz mais uma banger, misturando EDM e trap, que soa perfeita para as pistas e para a playlist de vícios. Nota: 7.5/10

Rooting For My Baby – Abrindo a versão deluxe, nós agradecemos por “Rooting For My Baby” estar aqui, porque só serviria como uma filler na versão normal. Chatinha. Nota: 4.5/10

On My Own – Mais uma produção de Pharrell (“4x4” e “Get It Right” têm o toque de midas dele), “On My Own”, ao contrário da anterior, deveria estar na versão comum, pois é simplesmente destruidora. Tão tropical e veranesca quanto “Get It Right”, mas ainda melhor, contando com vocais potentes e rasgados de Miley. Nota: 8.0/10

Hands in the Air – Outra que soa como uma filler (Por isso está na versão deluxe, risos), “Hands in the Air” é uma produção de Mike Will Made It e traz um instrumental não muito dançante (Apesar de o tema da canção ser colocar as mãos para cima) e é bem chata, resumidamente. “On My Own” é a única que vale a pena na versão estendida do disco. Nota: 5.0/10

Resumo geral: “Bangerz” é um ótimo disco, não só por suas faixas, mas por todo o conceito da transformação pela qual que Miley passou. Tudo fica impresso nos clipes e performances das faixas, ela é uma nova garota. Não podemos chamar isso de amadurecimento, pois, pelo contrário, ela está ainda mais louca e imatura, mas é sim uma grande transformação e o “Bangerz” prova isso.

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