Ano: 2013 / Páginas: 320
Idioma: português Editora: Intrínseca
Hello, hello, hello! Já faz alguns meses que nenhum post
literário (book haul, crítica ou whatever) aparece por aqui, e há uma razão
para isso: Eu não estava lendo absolutamente nada. Sim, meus caros, e eu não
sei o porquê. Talvez eu tenha ficado uns bons 4 meses sem tocar num livro e
isso foi um desperdício, logo me dei conta disso, acordei para a vida e voltei
para “O Substituto” do David Nicholls, minha última leitura antes da
“hibernação”.
Bom, o livro conta a história de Stephen C. McQueen, um
fracassado ator que faz papel de figurante em todos os aspectos da sua vida.
Separado da ex-mulher e, literalmente, “substituto” do famoso galã Josh Harper
numa peça de teatro, Stephen é um homem cheio de sonhos, mas que não conseguiu
realizar quase nada no alto dos seus 32 anos.
Se de um lado temos um personagem que se afoga em mágoas,
bebedeira e lamentações, de outro temos o seu completo inverso. Josh é a
receita de sucesso, eleito o 12° homem mais sexy do mundo, ele é narcisista,
rico e tem todas as mulheres que deseja. Ah, na verdade, todas as mulheres o
desejam. O restante do elenco dessa trama literário é formado por Sophie, filha
do Stephen, uma garotinha esperta de 7 anos que não vê o pai da melhor forma.
Nora, esposa de Josh, uma mulher um tanto infeliz com o casamento e Alison,
ex-mulher de Stephen que nutre um misto de afeição, compaixão e pena por ele.
Já deu para perceber que Stephen não é a pessoa mais amada
do mundo, não é mesmo? Essa vibe “Todo mundo odeia o Stephen” funciona em
despertar compaixão no leitor desde o princípio do livro, e tal compaixão
alcança seu auge quando Stephen é convidado por Josh para uma “festinha
particular”, mas só chegando lá ele descobre que foi convidado para ser um dos
garçons. E é nesse ápice de humilhação que Stephen conhece Nora, rouba um dos
prêmios de Josh e toda a trama passa a se desenrolar.
Para mim, um dos maiores atrativos nesse livro foram as
mini aulas de cinema presentes nele, várias e várias citações aos clássicos do
cinema - filmes e atores - permeiam a história em conjunto com a narração
envolvente já típica do David. Isso é um ponto fortíssimo no livro, a
capacidade de equilibrar humor, o drama diário da vida do personagem principal e
as injeções da sétima arte ao longo da narrativa, cinéfilos de plantão vão
adorá-lo.
Se ao longo do livro temos personagens interessantes e fieis
à realidade, uma narrativa bacana, inteligente e bem construída, o desfecho
decepciona completamente. Não vou dar spoiler, pois sou a pessoa mais “antispoiler”
que você conhecerá na sua vida, mas, no mínimo, as últimas páginas de “O
Substituto” brocham completamente o leitor. Motivos: O livro estava caminhando
para um clímax que seria, para resumir, genial,
e então David resolve quebrar o momento e mudar o rumo do livro para um final
totalmente previsível e “viveram felizes para sempre”. Não que esse final
ofusque as qualidades do restante da obra, mas ele doeu, e doeu muito.
Decepções à parte, eu recomendo a leitura. “O Substituto” é
um livro inteligente, mostra as decepções da realidade humana de forma sutil contrastada com doses de humor e foi exatamente por isso que eu notei
personagens tão... vívidos. Poderíamos facilmente encontrar um Stephen nos
teatros do mundo afora.
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